ATA DA DÉCIMA
TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 20.03.1996.
Aos vinte
dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José
Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro
Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Percival Puggina.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias Ata
da Décima Primeira Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 03 Projetos de Lei do Legislativo
nºs 31, 33 e 34/96 (Processos nºs 696, 724 e 725/96) e 04 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Projeto de Lei do Legislativo
nº 24/96 (Processo nº 633/96) e 01 Pedido de Informações nº 31/96 (Processo nº
671/96); pela Vereadora Clênia Maranhão, 01 Pedido de Providências; pelo
Vereador Elói Guimarães, 01 Projeto de Lei do legislativo nº 32/96 (Processo nº
704/96) e Projeto de Resolução nº 07/96 (Processo nº 632/96); pela Vereadora
Helena Bonumá, 02 Projetos de Lei do Legislativo nºs 125 e 126/96 (Processos
nºs 2335 e 2336/96); pelo Vereador João Motta, 01 Projeto de Lei do Legislativo
nº 30/96 (Processo nº 679/96); pelo Vereador Luiz Braz, 01 Projeto de Lei do
Legislativo nº 25/96 (Processo nº 634/96); pela Vereadora Maria do Rosário, 01
Projeto de Lei do Legislativo nº 26/96 (Processo nº 649/96); pelo Vereador
Mário Fraga, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Nereu D'Ávila, 01
Projeto de Lei do Legislativo nº 28/96 (Processo nº 652/96) e Emendas nºs 7, 8,
9, 10, 11, 12 ao Projeto de Resolução nº 10/94 (Processo nº 823/94); pelo
Vereador Reginaldo Pujol, 01 Indicação nº 24/96 (Processo nº 684/96). Ainda,
foram apregoados os Projetos de Lei do Executivo nºs 11, 12 e 13/96 (Processos
nºs 717, 718 e 742/96). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs, 95 e 96/96, do
Senhor Prefeito Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Edi Morelli
parabenizou o governo do Estado pela Campanha "RS-Emprego", porém
exteriorizou sua pela contratação de um artista de outro estado para divulgação
da referida campanha, em detrimento dos artistas gaúchos. Apelou à Prefeitura
Municipal para que colabore com a Casa do Artista Rio-Grandense. Ainda, chamou
a atenção para a Via do Trabalhador, a qual necessita de uma atenção especial,
notadamente quanto aos postos de saúde existentes ao longo da mesma, haja vista
a possibilidade da Universidade Luterana do Brasil assumi-los. Na oportunidade,
foi apregoado o Requerimento do Vereador João Dib, solicitando prorrogação da
Licença para Tratamento de Saúde no período de vinte e um a vinte e quatro de
março corrente, dando posse, o Senhor Presidente, ao Suplente Percival Puggina,
e informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia Finanças e
Orçamento. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal,
Tribuna Popular, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Alcides
Almeida, Coordenador-Geral da Associação dos Servidores da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul - ASSUFRGS, que discorreu sobre a reforma administrativa
do governo federal e o arrocho salarial imposto aos servidores federais. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Décio Schauren falou a respeito do quadro
caótico do ensino em nosso Estado, notadamente quanto aos salários dos
professores, há muito tempo defasados, além das péssimas condições financeiras
das universidades em todas suas esferas, tudo isso acrescido ao desrespeito e
desconsideração com os profissionais da educação. O Vereador Airto Ferronato
lembrou sua condição de funcionário público, criticando a postura nacional
adotada que considera essa categoria como responsável por todos os problemas
enfrentados pela Nação, quando, na realidade, os maiores escândalos e desvios
têm ocorrido na esfera privada. Lamentou que o Governador Antonio Britto, não
dispense um apoio maior à educação, bem como, propugnou por uma maior
fiscalização e punição à sonegação no Estado. O Vereador Raul Carrion
referiu-se ao tema da Tribuna Popular quanto ao arrocho salarial aos
funcionários públicos e os problemas vividos pelas universidades dentro da
visão neoliberal do atual governo. Das quinze horas às quinze horas e cinco
minutos os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos, sendo reabertos após
constatada a existência de "quorum". Em continuidade, o Vereador Edi
Morelli formulou Requerimento no sentido de que ficasse registrado o
aniversário do sistema Gaúcha SAT, coordenado pelo Jornalista Valter Gonçalves,
que hoje completa um ano de programação, integrando vinte e seis emissoras via
satélite, e fosse enviado um Voto de Congratulações, tendo o Senhor Presidente
se associado a esta manifestação. A seguir, foi iniciado o período de PAUTA. Em
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 21/96, discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nºs 11/96, discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e
Mário Fraga, 159, 160, 161 e 162/95, discutidos pelo Vereador Décio Schauren;
em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 16/96 e 29/91, este último
discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, José Valdir e Jocelin Azambuja, e
os Projetos de Lei do Executivo nºs 05 e 07/96. Na ocasião, foi acolhido pelo
Senhor Presidente, Requerimento do Vereador José Valdir solicitando que os
Projetos em discussão de Pauta fiquem à disposição dos Senhores Vereadores que
queiram discuti-los. Também, requereu que as inscrições para Pauta seguissem
uma ordem rigorosa, não sendo permitido reinscrição. Em Questões de Ordem
manifestaram-se os Vereadores José Valdir, Pedro Américo Leal, Décio Schauren,
Airto Ferronato, Jocelin Azambuja e Antonio Hohlfeldt, acerca das inscrições para
o período de Pauta. Ainda, o Senhor Presidente acolheu Questão de Ordem do
Vereador Edi Morelli acerca dos apartes durante o período de Pauta. Das quinze
horas e trinta e seis minutos às quinze horas e trinta e nove minutos os
trabalhos estiveram regimentalmente suspensos, sendo retomados após constatada
a existência de "quorum". Na oportunidade o Senhor Presidente
registrou a comunicação do Vereador Milton Zuanazzi sobre o falecimento, no dia
de hoje, do Senhor Delóges Gradaschi, ex-Subchefe da Casa Civil e membro do
Diretório Regional do PDT. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio
Hohlfeldt criticou a Administração Popular pela venda, por preços irrisórios e
sem nenhum efeito retroativo, de áreas ocupadas há mais de vinte anos por
pessoas que usufruíram de próprios municipais, dizendo não concordar com esse
procedimento. Também, teceu considerações acerca do trânsito na Avenida
Ipiranga, nas imediações da Pontifícia Universidade Católica, e o drama dos
moradores do Jardim do Salso. O Vereador Lauro Hagemann comunicou que o Partido
Popular Socialista terá audiência com o Senhor Governador, amanhã, para
encaminhar um pedido para que Sua Excelência envie à Assembléia Legislativa
Projeto de Lei concedendo indenização aos remanescentes do período da Ditadura
Militar, que sofrem, ainda hoje, seqüelas físicas e psíquicas. O Vereador Luiz
Negrinho agradeceu à Secretaria Municipal dos Transportes a colocação de
sinalização no Bairro Cristal. Também, reportou-se aos freqüentes assaltos
nesse Bairro, solicitando policiamento ostensivo, dia e noite. Ainda, criticou
a morosidade do Executivo Municipal em resolver os problemas dos moradores da
Vila Icaraí, impedindo a colocação de iluminação pública no local, pela CEEE.
Em Questão de Ordem, o Vereador Wilton Araújo questionou acerca da publicação
no Diário Oficial da Lei nº 7771/96, o que não poderia ter ocorrido pois existe
um pedido de renovação de votação do Projeto de Lei do Executivo nº 08/96,
considerando-a anti-regimental. Ainda, formulou Requerimento para que fosse
ouvida a Procuradoria da Casa para saber da legalidade desse procedimento.
Constatada a existência de "quorum" foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 83/94, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja e
Giovani Gregol, por dezoito Votos SIM contra doze Votos NÃO, tendo votado Sim
os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado,
Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja,
Luiz Braz, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Percival Puggina, votado Não, Clóvis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do
Rosário, Pedro Américo Leal, considerando-se rejeitado o Veto Total aposto ao
referido Projeto. Na ocasião, os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos
por um minuto. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 11/95, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Fernando Záchia e Reginaldo Pujol, por dezoito Votos SIM, três Votos NÃO e três
ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt,
Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Mário Fraga,
Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Percival Puggina, votado Não, Clóvis Ilgenfritz, João Motta e Lauro
Hagemann, optado pela Abstenção, Guilherme Barbosa, José Valdir e Raul Carrion,
considerando-se rejeitado o Veto Total aposto ao Projeto supra aprovado. Na
oportunidade, foi aprovado o Requerimento do Vereador Henrique Fontana,
solicitando votação em Destaque do artigo 21 ao Projeto de Lei do Executivo nº
35/95. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Destaque supra
apregoado, por vinte e oito Votos SIM, tendo votado os Vereadores Airto
Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado,
Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João
Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do
Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Percival Puggina, considerando-se
rejeitado o Veto aposto ao artigo 21 do Projeto de Lei do Executivo nº 35/95.
Logo após, foi rejeitado o Projeto de Lei do Executivo nº 35/95, em sua parte
vetada, Parágrafo Único do artigo 1º, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Artur Zanella, Lauro Hagemann, Percival Puggina e Reginaldo Pujol,
considerando-se aceito o Veto Parcial aposto a este Projeto por um Voto SIM
contra vinte e seis Votos NÃO, tendo votado Sim o Vereador Dilamar Machado,
votado Não os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Décio
Schauren, Edi Morelli, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Milton Zuanazzi, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo
Pujol, Wilton Araújo e Percival Puggina. Em Discussão Geral e Votação Nominal,
foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 74/95, considerando-se mantido
o Veto Parcial, após ser discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt e
encaminhado à votação pelos Vereadores Airto Ferronato e Giovani Gregol, por
nove Votos SIM contra quinze Votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar Machado, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Milton
Zuanazzi, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e Wilton Araújo, votado Não, Airto
Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Edi Morelli,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, João Verle, José
Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Raul Carrion e Reginaldo Pujol. Na
oportunidade, os trabalhos estiveram suspensos por um minuto. Em Questão de
Ordem o Vereador Antonio Hohlfeldt questionou acerca da inclusão da Mensagem
Retificativa ao Veto e se existe a figura de Mensagem Retificativa a Veto,
requerendo consulta à Procuradoria sobre este assunto. Em Discussão Geral e
Votação Nominal esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 51/95, o qual, após ser
discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Airto Ferronato e Clênia Maranhão, deixou
de ser votado face a inexistência de "quorum". Na oportunidade, os
Vereadores Luiz Braz e Antonio Hohlfeldt formularam Questões de Ordem acerca de
Veto à Emendas, solicitando consulta à Comissão de Constituição e Justiça. Das
dezoito horas e treze minutos às dezoito horas e dezoito minutos os trabalhos
estiveram regimentalmente suspensos. Às dezoito horas e dezenove minutos,
constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli, Mário Fraga, Reginaldo
Pujol e Fernando Záchia e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia,
Reginaldo Pujol e Edi Morelli, este último como Secretário "ad hoc".
Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn):
Sr.
Secretario proceda a chamada nominal.
(É feita a
chamada para verificação de quórum.)
O SR. PRESIDENTE: Há quórum e a Mesa gostaria
de esclarecer que avaliando dentro de uma informação que este Presidente
pessoalmente tinha no Regimento passado, verificando visualmente que havia
quórum, solicitou ao Sr. Segundo Secretario para que procedesse à chamada para
o inicio da Sessão Legislativa, no entanto, quer se penitenciar junto a todos
Vereadores, especialmente, junto aos Vereadores Edi Morelli e Mário Fraga que
manifestaram essa irresignação. Efetivamente, no atual Regimento, não havendo
quórum na primeira chamada do inicio da Sessão Legislativa o Vereador deve
aguardar os quinze minutos para realização de uma nova chamada, consoante o
parágrafo único do Art. 141 “in literis”. Consequentemente errou esta Mesa e
assume na sua plenitude o equivoco de ter iniciado a chamada antes dos quinze
minutos regimentais, embora existisse quórum visual para o inicio dos
trabalhos. Mais uma vez pede escusas aos Srs. Vereadores por esse lapso.
Está com a palavra o Ver. Edi Morelli, em tempo de Liderança.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero parabenizar o Governo do Estado pela campanha RS-EMPREGO. É
uma campanha louvável do Governo do Estado, uma campanha cujo objetivo é gerar
emprego para as classes trabalhadoras em geral junto aos empresários, só que
infelizmente o Governo do Estado contrata um artista do Rio de Janeiro para
fazer as gravações da campanha, tanto televisão como radio, como se nós no Rio
Grande do Sul, em Porto Alegre, não tivéssemos artistas e artistas
desempregados. Essa é uma lamentável do Governo do Estado que joga por terra
uma idéia maravilhosa de buscar junto aos empresários mais espaço para mais
empregados. Todos os senhores sabem que a Regina Casé é uma artista de primeira
grandeza e por isso veio a Porto Alegre fazer estas gravações de graça para o
Governo do Estado. Isso deve ter custado bastante dinheiro. O grande erro do
Governo do Estado foi ter trazido artista de fora do Estado quando nós, aqui no
Estado, temos artistas e bons artistas que não estão no nível de artistas do
Rio e de São Paulo, porque o artista gaúcho é - sob o meu ponto-de-vista -
discriminado.
Falando em artista, quero fazer um apelo ao nobre Embaixador, para ver
se a Prefeitura colabora com a Casa da Artista do Rio Grande do Sul, uma vez
que o governo do Estado não o faz. Passei pela Av. Anchieta e constatei o
estado lastimável em que se encontra a calçada em frente à Casa do Artista
Rio-Grandense. Considero que, com boa vontade política, a Prefeitura poderia
colaborar com a Casa do Artista, que sobrevive de esmolas. E quando poderia
buscar alguns recursos através dessa companha do Governo do Estado este esquece
do artista Rio-Grandense e traz, a peso de ouro, uma artista do Rio de Janeiro
para fazer os comerciais do Rio Grande do Sul. É lamentável, mas é a dura
realidade.
Outra preocupação que me traz a esta tribuna é a Via do Trabalhador.
Insisto a perguntar: quando, nesse “jogo de empurra” entre o Governo do Estado
e Municipal, vão decidir a quem cabe a responsabilidade da manutenção daquela
Avenida? Lá, há seis módulos, que foram construídos para servir de postos de
saúde e policiais, que estão abandonados. Não é um abandono total, porque eles
são transformados em “fumódromo” durante a noite e a madrugada, quando se
reúnem marginais que começam a depredar os prédios. Parece-me que há uma
vontade política da ULBRA em assumir os postos de saúde. Parece-me que, aí, vai
haver uma solução através da ULBRA. Encerro, Sr. Presidente, dizendo que o
Prefeito vai bancar a reforma “Casa do Artista”. Obrigado ao Sr. Prefeito em
nome de todo artista, aquele que já deu tanto, tantas alegrias para nós e que
agora estão jogados lá na “Casa do Artista”. Obrigado à Prefeitura, obrigado,
Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos Requerimento
firmado pelo Ver. João Dib, dirigido a este Presidente, em que requer, na forma
prevista no Regimento interno desta Casa, a prorrogação de licença para
tratamento de saúde para o período de 21 a 25 de março, exclusive, do corrente,
em conformidade com atestado médico em anexo.
(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. João Dib e
empossado o Suplente, conforme consta da Ata.)
Passamos à
Convidamos o Sr. Alcides Almeida, Coordenador-Geral da Associação dos
Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a assumir a tribuna
para discorrer a reforma administrativa e o arrocho salarial imposto aos servidores
federais.
Saudamos a presença do representante da ASSUFRGS e lhe concedemos os 10
minutos regimentais.
O SR. ALCIDES ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, inicialmente gostaríamos de pedir permissão
para distribuirmos aos Vereadores um jornal da nossa associação e uma lembrança
nossa, que é um calendário de 1996.
(É feita a
distribuição.)
(Lê.)
“Retorna a ocupar a Tribuna desta Câmara de Vereadores a ASSUFRGS -
Associação dos Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Seção
Sindical, para relatar a situação por que passam o ensino público de terceiro
grau e os servidores federais.
O Presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou com grande alarde na
imprensa que 1996 será o ano da educação. São anunciados grandes investimentos:
300 dólares por aluno, equipamentos para as escolas, valorização do trabalhador
em educação. No entanto, a realidade tem se mostrado bastante diferente do que
é apregoado nos meios de comunicação, pelo menos no ensino de terceiro grau,
onde desempenhamos nossa atividade profissional.
Nos últimos anos, a falta de verbas já é rotina. As universidades
federais não recebem recursos suficientes para a sua manutenção, havendo
dificuldades até para o pagamento das contas de água, luz e telefone. O
orçamento aprovado da UFRGS para 1996 é menos do que o do ano passado. O
orçamento da UFRGS de 1995, na rubrica de “outros custeios e capital”, na qual
são incluídos todos os gastos com a manutenção da Instituição, foi de R$
6.250.007,00, o que foi insuficiente às despesas normais da Universidade, sendo
necessário uma negociação com o governo do Estado para evitar o corte no
fornecimento de energia elétrica pois a Universidade não dispunha de recursos
para pagar a conta da luz. Em meados do segundo semestre, a UFRGS obteve a
liberação de mais de R$ 5.000.000,00 como suplementação orçamentaria, o que
permitiu, embora com dificuldades, o funcionamento da Universidade até o final
do exercício. Nesse ano, o orçamento da Universidade para a mesma rubrica é de
apenas R$ 5.000.000,00, o que permite prever que as dificuldades de 1996 serão
maiores do que as do ano passado.
Nos últimos 30 anos, a política governamental de apoio às escolas
privadas e de sucateamento da rede publica levou à expansão do ensino pago,
normalmente de baixa qualidade e descomprometido com a produção cientifica de
novos conhecimentos. Prova disso é que em 1963 cerca de 75% das vagas no
terceiro grau estavam nas Escolas Publicas. Hoje, menos de 25% das matriculas
acontecem nas Universidades e Escolas mantidas pela União. Mas o crescimento
das Escolas Privadas só gera lucro aos empresários, pois 90% das pesquisas
cientificas são realizadas nas Universidades Federais.
Quando estas universidades não conseguem desempenhar bem sua missão de
produzir conhecimento, ciência e tecnologia, todos são prejudicados, pois os
novos conhecimentos científicos e tecnológicos gerados na Universidade trazem
desenvolvimento para o país.
Nos últimos anos, o governo federal não liberou recursos suficientes
para a UFRGS construir mais salas de aula, laboratórios de ensino, comprar
equipamentos para melhorar a qualidade das aulas praticas. Nem mesmo para
consertar os equipamentos que estragam, ou consertar as goteiras e rachaduras
dos prédios que podem levar à danificação de equipamentos caros que depois não
serão recuperados ou repostos. Além do desperdício de dinheiro público, não são
fornecidas condições para aumentar o número de vagas a serem oferecidas no
Concurso Vestibular. Portanto, a conseqüência mais direta para a sociedade é
ter que buscar matricula nas universidades pagas.
Outro fator importante para o sucateamento das universidades é a ameaça
de acabar com o direito à aposentadoria por tempo de serviço e a limitação da
aposentadoria apenas a quem já tenha idade de 60 e 55 anos conforme proposta do
governo FHC, o que, aliada aos baixos salários dos professores universitários e
de técnico-administrativos qualificados, tem levado estes profissionais a se
aposentarem precocemente e a contragosto, no auge de sua produção acadêmica,
como forma de garantir seus direitos adquiridos em mais de 30 anos de dedicação
e procurar empregos na iniciativa privada onde são melhor remunerados.
Novamente, quem é mais prejudicada é a população que investe, durante vários anos,
recursos públicos na formação e aperfeiçoamento destes profissionais que, por
conta de uma política governamental autoritária e míope, se evadem de graça seu
conhecimento e sua experiência para as instituições privadas.
Além de desrespeitar a Universidade e a sociedade, o governo
desrespeita os direitos trabalhistas dos funcionários públicos: Decidiu não
reajustar os salários na data-base em 1º de janeiro deste ano, conforme
determina a lei 7.706, de 21-12-88. Os servidores, que já estavam com salários incrivelmente
defasados, tiveram perdas maiores do que os demais trabalhadores na implantação
do Plano Real. Em janeiro de 1995, os servidores federais tiveram 22,07% de
reajuste, insuficiente para repor as perdas impostas na implantação do real e
de lá para cá padecem com um congelamento de salários há um ano e três meses,
sem perspectivas de reajuste, acumulando uma enorme desvalorização do seu poder
aquisitivo. Os Servidores Federais reivindicam 46,19%, reajuste necessário para
repor as perdas especificas do ultimo ano, tendo como base o Índice de Custo de
Vida calculado do DIEESE. Um estudo de 08 de fevereiro de 96 realizado pelo
DIEESE e UNAFISCO SINDICAL mostra que se forem tomadas outras datas como
parâmetro de comparação, mesmo utilizando no INPC, Índice de Inflação calculado
pelo IBGE, os resultados mostram uma crônica defasagem salarial, o que só
acentua a situação de necessidade por que passa a categoria. Segundo esse
estudo, por exemplo, seriam necessários 114,84% de reajuste para repor o
salário contratado em 1º de janeiro de 1993.
Mas o desrespeito aos trabalhadores não se resume aos baixos salários e
à falta de verbas para o bom desempenho da função publica, não só na
Universidade, mas em todo o serviço público. Vai alem disso, quando nas
propostas de emendas à Constituição, o governo apresenta uma visão distorcida
da realidade, colocando os servidores públicos como bodes expiatórios para a
crise financeira, o déficit público e o descontrole das contas da Previdência.
Um estudo recente do DIAP, considera que a reforma da Previdência segue
a ideologia dos grupos econômicos privatizantes que se instalaram há alguns
anos no aparelho da previdência social e a tem conduzido segundo a ótica de
seus interesses mercantilistas, sem controle da sociedade, manipulando
informações, semeando versões alarmistas sobre a viabilidade do regimento geral
de previdência social, comprometendo sua credibilidade, assim como difundindo
versões tendenciosas sobre os fundos de previdência fechada das sociedades de
economia mista, com o mal disfarçado propósito de criar uma opinião publica
favorável à solução do tipo chileno, na qual estão interessados.
O objetivo é o controle dos volumosos recursos financeiros pagos pela
sociedade para manter a Previdência Social, canalizando-as para o financiamento
de investimentos privados, para o que consideram necessário acabar com a
poupança coletiva, substituindo-a pela que se realiza sob a forma de contas
individuais, por eles administradas de forma lucrativa.
Com a proposta da reforma administrativa do governo federal, que acaba
com o concurso público como forma de ingresso de pessoas qualificadas no
serviço público, abre-se espaço para o empreguismo de cabos eleitorais. Alem
disso, o fim da estabilidade deixa os servidores sem a necessária independência
para executarem o seu trabalho, ficando a serviço público à mercê dos desmandos
de apadrinhados políticos sem a devida qualificação. A mesma reforma acaba com
o Regime Jurídico Único - RJU dos servidores, conquista histórica que, ao contrario
do que informam a mídia e o governo, prevê a punição daqueles que utilizarem a
maquina publica para interesses pessoais, atos lesivos ao patrimônio, desídia
ou falta grave, inclusive com demissão.
Se esta reforma for aprovada, quem perde é o país e a população. Sairão
vitoriosos aqueles que, compactuando com a cartilha neoliberal, terão a seu
dispor mais de um milhão de cargos públicos federais pára barganhas políticas e
negociatas.
É nesta conjuntura que se prepara para o dia 16 de abril uma greve nacional
dos Servidores Públicos Federais, que não podem mais agüentar calados o
descaso, o desrespeito e as necessidades de suas famílias.
Nós, os servidores técnico-administrativos da UFRGS, através de sua
entidade ASSUFRGS, deixamos o seguinte questionamento: são com estas propostas
e atitudes que o governo federal pretende modernizar o Brasil? Quanto tempo
mais a população terá que dar sua cota de sacrifício em nome de uma sociedade
“eternamente” em vias de desenvolvimento? Muito obrigado.”
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren está
com a palavra, pela Bancada do PT.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Prezado Alcides Almeida, coordenador da ASSUFRGS, e demais membros
da diretoria presentes, eu sou técnico em assuntos educacionais da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, licenciado há aproximadamente sete anos e meio,
período em que fui eleito Vereador da cidade. Já naquela época, funcionários,
professores e estudantes se organizavam nacionalmente para lutar contra toda
uma política de deterioração do ensino superior. A cada ano essa situação piora
e, cada vez que eu vou a universidade, eu sinto que o quadro é mais caótico,
não só em nível de salário, em nível da desvalorização de professores, dos funcionários.
Há absolutamente deteriorados, sem as menores condições para o ensino,
laboratórios totalmente defasados, bibliotecas defasadas. Refiro-me, ainda, ao
quadro dos salários. Antes do governo Fernando Henrique Cardoso, no governo
Collor, houve um longo período sem reajuste de salários, foi mais de uma ano, e
as universidades federais, antes, tinham conquistado um plano de cargos e
salários que foi uma luta de vários anos. No governo Collor esse plano e
salários foi por água abaixo, em função dessa política. Agora, pensava-se que,
no mínimo, quando um professor, um intelectual como Fernando Henrique Cardoso
assumisse a presidência da Republica, as instituições federais de ensino
superior teriam mais respeito por parte do MEC e da presidência da Republica.
Mas isso não aconteceu. A situação piorou. Faço questão de ler uma parte do
jornal da ASSUFRGS que diz: “Alem disso, a crise se deu em função das
restrições financeiras que o orçamento de 95 impôs às universidades. Essas
restrições financeiras se traduzem da seguinte forma: o que nós recebemos esse
ano permitiu que a universidade sobrevivesse, nós sabíamos disso desde janeiro
e advertimos o governo até julho de 95. A partir dai, nós sabíamos que não
teríamos dinheiro para pagar as coisas mais elementares, como conta de água,
luz, telefone, vale-refeição, vale-transporte. Assim tivemos que fazer escolhas
dramáticas, como deixar de pagar a conta de luz, para poder manter o
funcionamento diário da Universidade, explica o reitor. “Mas, a ameaça mais
frontal foi o projeto do Ministro Bresser Pereira que propunha a transformação
da universidade publica em uma instituição não - estatal; portanto,
privatizando-a, o que, felizmente, foi relativizado com a retomada desses
processos pelo Ministro da Educação, com quem as instituições federais de
ensino superior discutem o projeto de autonomia plena, que ainda apresenta
muitos problemas. Todo esse quadro levou a universidade ao fundo do poço, de
vários pontos de vista. Não é apenas uma crise financeira; é uma crise de desrespeito
ao servidor público, desrespeito a uma instituição que tem uma historia e que
esta em um processo de deteriorização, quer dizer, ela não tem recebido o
suficiente para a sua manutenção em muito menos para a expansão através de
investimentos há pelo menos oito anos.”
Foi dito pelo Coordenador da ASSUFRGS, aqui da tribuna, que as
instituições federais de ensino superior são responsáveis por 90% da pesquisa e
da produção de tecnologia no País. Não caberia esse desrespeito a essas
instituições. E mais ainda: o episódio recente é o dos bancos, no qual o
Governo Federal investiu 16 bilhões, enquanto que as universidades estão
atiradas às traças. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PMDB. O Ver.
Airto Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ilustre visitante, Senhoras e Senhores, esse tema que V. Sa. Traz
aqui para a Câmara na tarde de hoje, eu diria que merece de minha parte uma
avaliação bem mais profunda, dada a importância dele no contexto social. Eu sou
funcionário estadual; fui, durante 10 anos, servidor público federal. Sou
funcionário, com muito orgulho, e acredito que, no serviço público, prestamos
enormes trabalhos a nossa sociedade. Sou líder da bancada do PMDB e há muitos e
muitos anos vem-se dizendo que, na verdade, o problema nacional é o servidor
público, federal, estadual e Municipal. Se diz no Estado e se diz a mesma
coisa, também, aqui no Município de Porto Alegre.
Gostaria de dizer, e tenho dito isto há muito tempo, que as grandes
falcatruas nacionais se deram no setor privado. Grandes rombos deste País
ocorreram e continuam ocorrendo no setor privado. E vão ocorrer mais,
salvaguardados e socorridos permanentemente com recursos públicos, bilhões e bilhões
de reais. Toda vez que se faz uma CPIzinha para a corrupção de uma real, se
pega o corrupto. Agora, para bilhões e bilhões de reais, uma CPI para
corruptores não se pode fazer, a das Construtoras, agora a CPI dos bancos não
se faz.
Não sei por que deputados do meu partido são contra isso. Acho ridículo
e fico vermelho, quando deputados do meu partido fazem isso. E fico vermelho,
quando os outros partidos dizem a mesma coisa.
Não sei por quê? Veemente repúdio a essas coisas.
Por outro lado, sou funcionário do Estado do Rio Grande do Sul, o meu
Governador Antônio Britto é um dos melhores que este Estado terá e comete um
erro absurdo, radical, um equivoco enorme, pois em todo o discurso que faz ele
diz que o problema do Estado é os funcionários públicos. E vive pensando, com
assessorias incompetentes, Secretários horrorosos, do meu partido, dizendo e
discursando que tem que apresentar propostas para diminuir aqui, ali. Tem que
diminuir salários de marajá? Te. Agora, também tem que diminuir a sonegação desse
Estado. Tem que valorizar estes setores que trabalham na fiscalização
tributaria e também no controle interno do Estado.
Este País vai para a frente, quando se valorizar o ensino, a
fiscalização, e assim por diante.
Aproveito a oportunidade, meu caro representante, para dizer o
seguinte, que na verdade estamos convivendo com um problema extremamente grave:
nós, os servidores, somos o problema nacional. Um absurdo, uma burrice
extraordinária. E já disse aqui, ma semana passada, retrasada e digo quando bem
entender: bilhões, bilhões e bilhões de recursos banqueiros endinheirados, para
cobrir rombos de uma ladroeira nacional. E aí o problema é UFRGS, é o
Funcionário Público, é o gari, assim não entendo mais nada.
Gostaria de registrar que aqui em Porto Alegre, na Câmara de
Vereadores, onde fui Presidente, no ano passado, com muito orgulho, e por
exemplo R$ 1.300,00, para o servidor público, de nível superior, se a
Prefeitura tiver que dar mais um centavo, ela fica nervosa. Não pode, porque há
a velha historia de isonomia, e assim por diante. Há distorções em todos os
níveis: Federal, Estadual e Municipal, que merecem uma reflexão. Dai por que,
particularmente eu, tenho certeza de que a Bancada do PMDB de Porto Alegre está
ao lado de V. Sa. Precisamos de uma multirão para mostrar para Porto Alegre,
para o Rio Grande do Sul e para os governos, inclusive do meu Partido, que na
verdade é equivocada essa posição burra de entender que o servidor, que ganha
R$ 300,00 ou R$ 400,00 por mês é um problema nacional. Não é!
Esse tema teria merecido um preparo maior da minha posição para chegar
aqui e dizer uma serie de outras coisas que, se eu tivesse sido um pouco mais
objetivo, teria dito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com
a palavra pelo PCdoB.
O SR. RAUL CARRION: Prezado Sr. Presidente da
Casa, caros colegas; amigo Alcides, de algumas lutas conjuntas; demais
companheiros da ASSUFRGS. Nós, ao escutarmos as palavras abalizadas da
ASSUFRGS, nos perguntamos: será este portanto o ano da educação? Imaginem se
não o fosse... Realmente, alem de tudo que aqui foi colocado, que mostra o
sucateamento da Universidade, o arrocho salarial dos trabalhadores, alias,
nunca visto! A data base do inicio deste ano foi simplesmente ignorada, as
precatórias decorrentes de 1994. - que deveriam ser pagas - não o foram. Mas
mais do que tudo isso, nos preocupa, ainda, a partir de uma Governo totalmente
comprometido com a implantação de Projeto neoliberal, é no que essa
Universidade será transformada. Sabemos da luta dos estudantes, dos
funcionários, dos professores, há longa data, para preservar a universidade
publica, gratuita, critica em relação ao “status quo”. E sabemos do objetivo do
projeto neoliberal, que é acabar com esse tipo de universidade. Pois sabem os
“dominadores” nacionais e internacionais, que a existência de uma universidade
é quase que a condição de independência de uma nação, a condição da liberdade
de um povo. Muitas vezes se apresenta uma falsa contradição: o ensino primário
como fundamental contra os gastos elevados da universidade, e se esquece que
sem conhecimento, sem a criação do conhecimento nacional - que se da na
universidade. - não existirá nem ensino primário, nem nação! Queríamos também
fazer referencia aqui, outros já o fizeram. - de que o elevado gasto do
orçamento nacional nada tem a ver com o custo do funcionalismo público e muito
menos com o custo da universidade. Em 1994 e em 1995, 63 a 64% do orçamento
nacional foi gasto com o pagamento da divida interna e da divida externa.
Portanto, aqui se da a grande drenagem das finanças publicas do País. O gasto
com o funcionalismo público. - eu não conheço o os dados exatos de 96 - não
deve atingir 10% do orçamento da nação, o que eqüivale a quinta ou sexta parte
do que é gasto com a divida interna e externa. E aqui, em serviço da divida
interna externa”, não estamos computando os dezesseis bilhões de dólares a
mais, lançados do dinheiro público, no pagamento das falcatruas do sistema
financeiro nacional, dos bancos Econômico, Nacional e assim por diante!
Portanto, esta Câmara não pode deixar de se solidarizar com a postura da
ASSUFRGS, com a postura dos professores, estudantes, que lutam-no chamado” -
por verbas publicas; não é nem para ampliar as universidades, mas para manter
as condições mínima do ensino, da pesquisa e da extensão na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Estava lendo o jornal da ASSUFRGS e ali se indica
um patrimônio, hoje, da UFRGS, de quinhentos milhões de dólares, sendo duzentos
milhões em prédio e trezentos milhões em equipamentos. Seria se supor, com taxa
mínima para manutenção, de 1% a 3%, médias internacionais. Pois bem, segundo a
informação da ASSUFRGS, no ano passado foram destinados quinhentos mil dólares
para a manutenção desse patrimônio, que é do povo brasileiro, de quinhentos
milhões; ou seja 0,1%! E ainda de diz que este Governo está privatizando, está
entregando o patrimônio público para investir em educação, em saúde, em
habitação, para fazer reforma agraria. O que nós vemos é a saúde sucateada, a
educação sucateada, a habitação abandonada e a reforma agraria nem se fala...
Está-se é prendendo lá a Diolinda, o José Rainha, em vez de se aplicar esse
dinheiro público na realização da reforma agraria! Nossa solidariedade a
ASSUFRGS e estamos à disposição para essa luta que é longa e que irá enfrentar
muitas dificuldades. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais oradores
inscritos em Liderança em razão das manifestações do Sr. Alcides Almeida, da
ASSUFRGS.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h.)
O SR. PRESIDENTE (às
15h05min): Estão
reabertos os trabalhos. Deferimos a palavra para um Requerimento do Ver. Edi
Morelli.
O SR. EDI MORELLI
(Requerimento): O Requerimento é no sentido de que constasse nos Anais da Casa, uma vez
que nós não temos mais o poder, através do Plenário, de enviar votos de
Congratulações, mas queria que ficasse registrado que hoje o sistema Gaúcha
SAT, coordenado pelo Jornalista Valter Gonçalves, está completando um ano de
programação, integrado 26 emissoras, via satélite, informação com qualidade,
que merece o registro, incluindo os estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Meto Grosso. As congratulações seriam, se não da Casa, pelo menos da
bancada do PTB.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra as
manifestações formuladas pelo Ver. Edi Morelli, 1º Vice-Presidente desta Casa,
em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro e se associa igualmente às
manifestações de regozijo e congratulações manifestadas por V. Exa.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): O PFL pede permissão para se associar à manifestação de júbilo e
congratulações feitas pelo Ver. Edi Morelli.
O SR. EDI MORELLI: A permissão é dada para
todas as Bancadas que quiserem de associar.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra igualmente a
manifestação do Ver. Reginaldo Pujol, do PFL.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 0574/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
021/96, de
autoria do Ver. Airto Ferronato, que concede o titulo honorifico de Cidadão de
Porto Alegre ao Senhor Oscar Antunes de Oliveira.
2ª SESSÃO
PROC. 0493/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
011/96, de
autoria do Ver. Elói Guimarães, que torna facultativo o uso do cinto de
segurança nas vias terrestres do Município de Porto Alegre.
PROC. 2662/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
159/95, de
autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Agrovet um logradouro
irregular localizado no Bairro Agronomia.
PROC. 2663/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
160/95, de
autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Breno Gonçalves um logradouro
irregular localizado na Vila Agrovet, no Bairro Agronomia.
PROC. 2664/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
161/95, de
autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Emílio Rosa um logradouro
irregular localizado na Vila Agrovet, no Bairro Agronomia.
PROC. 2665/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/95, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Antonio Peixoto Filho um logradouro irregular localizado na Vila Agrovet, no Bairro Agronomia.
3ª SESSÃO
PROC. 0524/91 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
029/91, de
autoria do Ver. José Valdir, que regulamenta o art. 17, inciso II da Lei
Orgânica do Município, e dá outras providencias.
PROC. 0344/96 - PROJETO DE LEI EXECUTIVO Nº 005/96, que desafeta do uso comum
do povo, próprios municipais localizados na Vila Jardim, autoriza a alienação
aos proprietários lindeiros, independente de licitação, e dá outras
providencias.
PROC. 0447/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
007/96, que
desafeta do uso comum do povo, próprio Municipal proveniente da retificação do
traçado da Travessa Nova Trento, autoriza a alienação de parte do imóvel a
proprietário lindeiro, independentemente de licitação, e dá outras
providencias.
PROC. 0535/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
016/96, de
autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o titulo honorifico de Cidadão de
Porto Alegre ao Senhor Eloy Martins.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila Está
com a palavra para discutir. Desiste. Ver. Jocelin Azambuja. Ausente. Ver.
Reginaldo Pujol, V. Exa. Está com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu teria que manifestar-me sobre três assuntos que se encontram em
discussão preliminar, a começar pelo PLL nº 21/96, do Ver. Airto Ferronato, que
concede o titulo honorifico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Oscar Antunes de
Oliveira. Da mesma forma, sobre o PLL nº 11/96, de autoria do Ver. Elói
Guimarães, que torna facultativo o uso do cinto de segurança nas vias terrestres
no Município de Porto Alegre. Por outro lado, por razões proeminentes, sobre o
PLL nº 29/91, em 3ª Sessão, de autoria do Ver. José Valdir, que regulamenta o
art. 17, inc. II, da Lei Orgânica do Município. Com relação ao ultimo, uma vez
que o mesmo se encontra, neste exato momento, na Auditoria, onde foi
solicitado, e eu haverei de examina-lo com o devido cuidado numa próxima
oportunidade, cinjo-me aos dois primeiros assuntos mencionados, e em especial
ao titulo honorifico que o Ver. Airto Ferronato, em momento inspirado, proporem
que a Casa conceda ao Sr. Oscar Antunes de Oliveira.
Pode dever regimental, Sr. Presidente, subscrevi o requerimento, na
medida em que o Regimento da Casa exige formalmente que tal ocorra. A
tramitação desses projetos só se deram com a aquiescência de todas as
lideranças. Quero que fique claro para os Anais que a minha assinatura nesse
requerimento não é apenas um dever formal, não é um cavalheirismo que faço com
meu colega, Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro nesta Casa,
Ver. Airto Ferronato, e uma concordaria ampla e irrestrita com os objetivos da
homenagem.
O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exa. Permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero-me solidarizar com a iniciativa do nobre Ver.
Airto Ferronato e associar-me às palavras de V. Exa., as quais faço minhas,
pois o Vereador ficou muito inspirado ao lembrar-se dessa grande figura.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa. Sei que
muitos dos Senhores Vereadores têm idêntica posição.
Ao ser consultado pelo Ver. Airto Ferronato sobre a possibilidade de
assinar a proposta, tive anseio de dizer-lhe que, provavelmente, haveria de
assinar, colocando ao lado a expressão que o Ver. João Dib gosta muito de usar:
“com grande louvor” e com grande inveja, pois também inveje a lucidez do Ver.
Ferronato em pensar nesse ilustre vacariano que dividiu comigo os bancos
escolares durante cinco anos, na Pontifícia Universidade Católica. Ele é um
cidadão que tem uma vida exemplar, profunda sensibilidade social, foi excelente
servidor público e hoje está vinculado a duas entidades qualificadas na
sociedade gaúcha e porto-alegrense. Por isso, ele se insere no rol de pessoas
que fazem pleno jus à homenagem que, a partir do regimento do Ver. Airto
Ferronato, a Casa haverá de celebrar.
Voltarei a falar sobre o projeto de Lei do Ver. Elói Guimarães, que
torna facultativo o uso de cinto de segurança no Município de Porto Alegre, até
porque, no exercício legislativo anterior, apresentei proposta semelhante que
tornava o uso facultativo em determinadas horas. Acho que é um projeto bem
lavrado, ainda que sucinto e com uma bela exposição de motivos. Sobre ela
vou-me debruçar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga): O
Ver. José Valdir está com a palavra.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, pretendia discutir Projeto de minha autoria que está em Pauta, que
altera o art. 17 da lei Orgânica. Com esse Projeto está em analise na Auditoria
- como me informaram há pouco - vou aguardar o posicionamento da Auditoria
para, após, voltar a esta tribuna para debater o Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário,
está com a palavra. Ausente. Ver. Décio
Schauren. Ausente. Ver. Antonio Hohlfeldt. Ausente. O próximo Vereador inscrito é este Vereador
que pede ao Ver. Reginaldo Pujol que assuma a Presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo
Pujol): O
Ver. Mário Fraga está com a palavra.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente em exercício
Ver. Reginaldo Pujol e demais Vereadores. Vejo o Ver. José Valdir protestando
que os dois companheiros dele não falaram e que o Ver. Jocelin Azambuja terá
oportunidade de falar após a minha fala. São coisas do Regimento, e para
conseguir-se um espaço aqui, é difícil. Se alguém abriu mão, foram dois
Vereadores do sue partido.
O Sr. José Valdir: V. Exa. Permite um aparte?
(Assentimento do orador) Temos que estabelecer regras muito claras nesta Casa,
pois o vereador se inscreve, aí, olha quem está depois dele, sai do plenário,
dai passou a sua vez, então, ele se inscreve novamente e fala.
O SR. MÁRIO FRAGA: As regras foram
estabelecidas muito antes de eu chegar a esta Casa, Ver. José Valdir, e com
certeza V. Exa. Foi um dos que votou o Regimento Interno. Não posso garantir,
mas tenho quase certeza disso.
Quero falar sobre o Projeto do meu colega Ver. Elói Guimarães, torna
facultativo o uso do cinto de segurança nas vias terrestres no município de
Porto Alegre.
É brabo, como diz o Ver. Dilamar Machado! Nós tentamos fazer a lei, e eu
fui o autor, nesta Casa, com a aprovação de todos os Vereadores, inclusive do
Ver. Pedro Américo Leal, que votou sabendo que o cinto de segurança não era de
oficio da nossa Casa, mas votou quase que em minha homenagem, digamos assim
O Sr. Pedro Américo Leal: Não era esse o meu
pensamento.
O SR. MÁRIO FRAGA: Exatamente; muito obrigado,
Vereador. Então, venho a esta tribuna colocar a minha posição, pois já havia
colocado minha posição quanto ao uso facultativo do cinto de segurança para os
motoristas de táxis. Para os motoristas de taxis eu serei favorável ao Projeto
do Ver. Reginaldo Pujol, mas quanto a todos os motoristas em Porto Alegre,
serei contrario ao Projeto do Vereador da minha Bancada Elói Guimarães,
exatamente porque os taxistas já reclamavam desde o começo da lei. E quando um
motorista foi assassinado, foi reclamado que ele estaria com o cinto de
segurança e por isso ele teria levado o quarto tiro, não o primeiro tiro, e
como os motoristas de táxi têm uma tarefa bem difícil de ter que se locomover a
toda a hora, parando e ajudando passageiros, eu fui favorável ao Projeto do
Ver. Reginaldo Pujol. Quanto ao Projeto do Ver. Elói Guimarães, agora, na
sexta-feira, houve um acidente na Av. Ipiranga com a Av. Azenha e muitos estão
colocando a culpa nos sinais intermitentes, mas se os dois meninos que morreram
na sexta-feira, um com 18 anos e o outro com 17 anos, estivessem com o cinto de
segurança, eu tenho quase certeza de que um deles ainda estaria vivo. Os dois
não estavam com cinto de segurança. Há três testemunhas de que eram três no
banco de trás. Todos os cinco passageiros, às 3h da madrugada, Ver. Guilherme
Barbosa, estavam sem o cinto de segurança.
Sr. Edi Morelli: V. Exa. Permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Estou acompanhando o pronunciamento de V. Exa. E
quero dizer duas coisas: no Gol havia 4 passageiros só e não 5. E no que diz
respeito à segurança do taxista em não usar o cinto de segurança durante a
madrugada, porque fica mais fácil para se desvencilhar do assaltante, esse é um
argumento que não me convence, pois se o assaltante está a fim de atirar no
taxista, tanto faz ele sair correndo. Com uma arma apontada para ele, ele não
vai dar mais do que dois passos e receber a bala pelas costas. Este é um tipo
de argumento que não me convence. É um argumento que V. Exa. Colocou que eles
têm que ajudar passageiros a descer, concordo plenamente, mas se nós entrarmos
nessa teoria, nós vamos ver que os vendedores, os entregadores de gêneros, de
cereais, seja o que for, nos armazéns, toda a hora têm que desembarcar, o
padeiro tem que deixar pão nos armazéns, às vezes, em uma quadra, em 2 ou 3
locais. Fica meio duvidoso aceitar esse argumento para os taxistas.
O SR. MÁRIO FRAGA: É verdade, Vereador. Quando
estava tratando do nosso Projeto, o Ver. Clovis Ilgenfritz tinha um projeto no
mesmo sentido, naquela época. Nós alegamos diversas coisas, mas acho que está
faltando, para nós, educação no trânsito. Esses rapazes que morreram na 6ª
feira vinham, no mínimo, a 140 Km por hora; talvez o cinto também não
segurasse. O que falta para nós todos, sem exceção, é educação no trânsito.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jocelin
Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu vou-me manifestar sobre o Processo 0524/91 que busca
contratações especiais, emergenciais, que o Ver. José Valdir está apresentando.
Vejam, V. Exas., que olhando o Diário Oficial do Governo Municipal do dia 12 de
março de 1996, constatei que o Governo Municipal gastou, em despesas de
pessoal, no ano de 1995, 59,22%, não cumprindo aquilo que ele diz que gasta,
que é 65%. Este é o balanço do governo, que deve ser um balanço sério; não deve
ser aqueles balanços do Econômico. Deve ser um balanço sério, acredito. Lá, diz
que gastou 59,22%. Não teve dinheiro para dar mais dinheiro para os
municipários nem dar mais dinheiro para os funcionários da Câmara porque gastou
demais. Sobrou, pelas contas do Município 5,78% do orçamento geral do Município
que poderiam ter sido gastos com os municipários. Não gastaram. Talvez por isso
é que o Ver. José Valdir quer que se façam contratações emergenciais no seu
Projeto. Sr. Presidente, estão lhe pedindo uma Questão de Ordem. Eu pediria que
o Senhor descantasse do meu tempo.
O SR. PRESIDENTE: O Senhor terá a devida
compensação. Questão de Ordem com o Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão
de Ordem): Eu
não estou conseguindo localizar qual é o projeto que o Vereador está
discutindo, porque no espelho consta como projeto de minha autoria o que regula
o art. 17 da Lei Orgânica e não tem nada a ver com o que o Vereador está
falando. Portanto, o Vereador está falando sobre um projeto que não está mais
em pauta.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que tem que
assegurar o direito dos oradores que se manifestam em pauta, a possibilidade de
desenvolver a sua argumentação com a liberdade que caracteriza o exercício do
mandato legislativo. Asseguro a palavra ao Ver. Jocelin Azambuja por mais três
minutos, que terão a prorrogação de mais um minuto.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Muito obrigado, Sr.
Presidente. Desde o inicio da minha manifestação eu me referia, talvez o Ver.
José Valdir não tenha ouvido, ao processo nº 524/91 de sua autoria, que trata
justamente de contratações, regulamentação do art. 17 que não é nada mais, nada
menos do que contratações de necessidade temporária, excepcional interesse
público, contratações que visem combater endêmicos, admitir professor visitante
e por aí vai. V. Exa., que gosta desse tipo de contratação, está fazendo aqui a
contratação.
Isso aqui gera despesas, custos, mas o Ver. José Valdir, vendo que está
sobrando dinheiro dos 65% que o município diz que gasta com pessoal, o que não
é verdade, Srs. Funcionários. Atenção, funcionários do Município de Porto
Alegre, é mentira, o Município não gasta 65% do orçamento com despesa de
pessoal. Gasta, conforme o Diário Oficial do dia 12 de março, 59,22%. Portanto,
esta é a verdadeira realidade da situação de pessoal pelo balanço oferecido
pelo Governo Municipal, que quero crer seja um balanço correto, que não seja
como o balanço do Econômico.
Mas, como já gostaram do ano passado, quando apresentaram projetos para
contratações emergências, eles querem continuar esse ciclo. Essa é a mesma
situação que ocorre na SMED; é uma vergonha as contratações feitas pela SMED.
Vou aguardar para verificar se vão me informar qual é o número exato de
funcionários que tinham contrato de 20 horas e passaram, nesses últimos oito
anos, para 30 e 40 horas e onde andam os 700 professores que não trabalham em
salas de aula. E há inchaço no serviço público Municipal.
Então, o Vereador está pretendendo contratar professores
emergencialmente? Não, Vereador. Tem que pegar esse pessoal que está sem fazer
nada na SMED ou está a serviço de interesses partidários e colocar nas salas de
aula. Quando estiver faltando professores na escola, pega o pessoal da SMED,
porque, para cuidar de 38 escolas de primeiro grau e duas de segundo, não
precisa haver duzentos e tantos funcionários - e vai a 400 com as contratações
- numa estrutura administrativa.
Então, Srs. Funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre, leiam o
Diário Oficial do dia 12. É bom lembrar ao SIMPA que o Governo Municipal de
Porto Alegre, em 95, não gastou os aludidos 65% do orçamento em pessoal e tem
dito inverdades quando insiste nessa informação. Ele ingressou na Justiça
contra os funcionários, mas não abriu mão das contratações emergenciais e de
encher de Ccs a Administração Publica. Mas, pagar aos funcionários que fizeram
concurso e que têm diretos reservados e garantidos, daí não há dinheiro. O
Governo do PT em Porto Alegre tem que assumir isto: não tem dito a verdade, não
tem sido correto e as provas estão na sua própria publicação oficial.
Estão, atenção, municipários de Porto Alegre, olhem o Diário Oficial. E
atenção, Vereadores que gostam de contratações emergenciais, acabem com isso.
Ver. José Valdir, retire o seu projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOSÉ VALDIR
(Requerimento): Sr. Presidente, quero fazer um requerimento à Mesa no sentido de que,
durante a discussão de Pauta, os projetos fiquem à disposição dos Srs.
Vereadores. E, fundamento o meu pedido: o Projeto que o Ver. Jocelin estava
debatendo da tribuna, eu quis ter acesso, fui procurá-lo ali e não estava; V.
Exa. Disse que estaria com a Auditoria, também não estava; estava em poder do
Ver. Jocelin, que levou para o seu gabinete, chegou na sua vez de inscrição e
não estava aqui, reinscreveu-se pois ele estava para falar antes de mim e
provavelmente ficou com medo que eu rebatesse as inverdades que está dizendo, e
agora, falou. Eu, que estava inscrito depois dele, não pude rebater. O meu
Requerimento é para que os processos fiquem à disposição dos Vereadores dentro
do Plenário durante a Sessão da discussão, que o Vereador não possa carregar o
projeto daqui, como fez o Ver. Jocelin, que me prejudicou e não estava no
horário para falar aqui, e acabou falando depois de mim.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe o Requerimento
de V. Exa.; defere, de plano, a tradição da Casa é que os projetos que estão em
pauta ficarem sempre aqui no Plenário à disposição dos Vereadores. Estava
informado de que este projeto, em especial, que também foi por nós procurado,
encontrava-se na Auditoria. Solicito providencias à Diretoria legislativa para
que assegure que os processos em pauta permaneçam aqui na Mesa, à disposição
dos Srs. Vereadores.
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, só para me
desculpar com a Mesa, porque involuntariamente peguei o processo e fui chamado
com urgência no gabinete, estava com ele na mão, retornei ao Plenário, devolvi
o Projeto antes que qualquer funcionário fosse buscar o Projeto porque notei
meu equivoco, mas tenho certeza de que, pelo monos, o Ver. José Valdir deveria
conhecer o seu Projeto.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe as desculpas
de V. Exa.
O SR. JOSÉ VALDIR
(Requerimento): Requeiro à Mesa também que a ordem de inscrição seja rigorosamente
atendida e, que, quando o Vereador chamado não estiver no Plenário, não possa
se reinscrever, porque o que aconteceu foi tremendamente prejudicial. O Ver.
Jocelin Azambuja estava inscrito para falar antes de mim.
O SR. PRESIDENTE: Solicito a V. Exa. Que
formalize por escrito o seu Requerimento.
O Ver. Décio Schauren está com a palavra pela ordem.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Para começar, gostaria de dar um aparte ao Ver. José Valdir, que
não pôde fazer a sua Questão de Ordem. Acho que ela é importante.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, estamos, nesta Casa, adotando um casuísmo muito serio, e geralmente
em casuísmo contra o PT. É o seguinte: a gente se inscreve, está presente na
hora de falar, aqui, se inscreve pela ordem; Vereadores que estão inscritos
antes da gente, e que tem criticas a nós, o que poderíamos debater
democraticamente, saem do Plenário na hora em que são chamados; a Mesa aceita a
reinscrição apenas para que eles possam falar sem que a gente possa se
contrapor. Isso não é democrático, não é regimental. Peço que essa Mesa, em
nome de decência, em nome da democracia, corrija esse equivoco.
O SR. PRESIDENTE: Suspendo o tempo do Vereador
que está na tribuna, que já teve um minuto, com o aparte que ele concedeu. Pela
ordem, passo a palavra ao Ver. Morelli, para uma Questão de Ordem.
O SR. EDI MORELLI (Questão
de Ordem): A
Questão de Ordem, Sr. Presidente, é para colaborar com a Mesa. O Vereador na
tribuna deu o aparte ao Ver. José Valdir, que se manifestou numa questão
totalmente diferente do que está na Pauta, no espelho distribuído aos
Vereadores. Se é uma Questão de Ordem ou um Requerimento, está bem que o Ver.
José Valdir se manifeste no que bem-entender. Agora, se é um aparte para
discutir o Projeto que está na Pauta, o Ver. José Valdir não tinha razão no aparte
que foi concedido a ele. Apenas para ajudar os trabalhos da Mesa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe. Questão de
Ordem com o Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, considero a Mesa extremamente decente, pois tem agido
com correção. Esta pratica de que o Vereador José Valdir acusa a Mesa é
totalmente infundada. Há três anos a Mesa tem a mesma postura.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe todas as
manifestações, mas não as considera questão de ordem.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h36min.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn - às 15h39min): Estão reabertos os trabalhos e a Mesa quer esclarecer...
A Mesa solicita que a segurança tome as providencias necessárias em
relação à manifestação das galerias.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h37min.)
O SR. PRESIDENTE (às
15h39min): A
Mesa reabre os trabalhos e informa a V. Exas. Que, no desenvolvimento da
administração dos trabalhos legislativos, não faz nada mais do que a sua
obrigação.
A Mesa esclarece que está rigorosamente em observância aos princípios
regimentais que orientam s trabalhos legislativos. E o nobre Vereador José
Valdir esclarece que a pauta nas questões das inscrições e manifestações, é
regulada pelo artigo 152 do Regimento interno,, que estabelece que as
inscrições para discussão de pauta serão intransferíveis e feitas pelo Vereador
interessado junto à Mesa, logo após a abertura dos trabalhos.
Evidentemente que a Mesa tem interpretado esse dispositivo de que o
livro é colocado à disposição dos Srs. Vereadores que queiram fazer suas
inscrições. Ele fica à disposição dos Vereadores até o final da pauta, se
houver tempo para tal. No caso em espécie, a Mesa gostaria de informar ao
Vereador que questionou essa questão interpretativa, que trata, indistintamente
com todo o respeito a todos os Vereadores, quer seja este Presidente com seus
demais colegas de Mesa. O primeiro Vereador inscrito era Nereu D’Ávila que
desistiu; o segundo vereador inscrito era Jocelin Azambuja, que não estava
presente; o terceiro era o Vereador Reginaldo Pujol que estava presente e
falou. O segundo Vereador inscrito que estava presente e falou foi V. Exa.,
depois veio Vera. Maria do Rosário, que não falou. O quarto foi o Ver. Décio Schauren,
que não falou.
(Intervenção anti-regimental do Ver. Clovis Ilgenfritz.)
Vereador, eu estou tentando esclarecer. Eu quero colaborar para
serenidade dos trabalhos.
O terceiro Vereador inscrito que se manifestou foi o Ver. Mário Fraga,
que falou. Daí, estando o livro aberto para inscrição, o Ver. Jocelin Azambuja,
- a menos que a interpretação pela Mesa esteja errada -, se reinscreveu foi
quanto Vereador que falou. O mesmo está acontecendo neste momento com o Ver.
Décio Schauren, que perdeu o seu tempo, quando era o sexto inscrito, e se
reinscreveu novamente. E, neste momento, sendo o quinto na ordem, está falando.
Acredito que a Mesa, o Ver. José Valdir e os demais Vereadores estejam
esclarecidos. V. Exa., Ver. José Valdir, merece o meu maior respeito, toda a
atenção e todos os esclarecimento necessários para ter um melhor desempenho
parlamentar, no exercício de sua atividade, assim como qualquer Vereador desta
Casa.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL
(Questão de Ordem): A menos que eu não tenha percebido, eu tenho a impressão que o protesto
do Ver. José Valdir foi quanto a um processo que estava sobre a Mesa ter
desaparecido daqui e ter surgido no gabinete de um outro Vereador, o que é uma
coisa injustificável.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não admitirá
situações como essa. A orientação da Diretoria Legislativa é de permitir que os
Vereadores tenham, no curso da discussão preliminar de Pauta, acesso pleno aos
Processos, até para prepararem as suas intervenções. É muito comum o Vereador
retirar o processo de Pauta, levar para a sua tribuna e examiná-la. Certamente
acredita que na condição de homens e mulheres de bem, imediatamente, coloque-o
no lugar adequado.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão
de Ordem): Eu
fiz dois requerimentos à Mesa e gostaria de receber uma resposta o mais rápido
possível. O primeiro foi que durante a discussão os processos fiquem aqui, que
sejam manuseados aqui no plenário, o segundo, que a Mesa esclareça se a pessoa
pode, não estando presente no plenário, reinscrever-se. Se pode eu também vou
fazer isso.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa está suficientemente
esclarecida e passa a responder a V. Exa., embora acredita que já tenha
respondido a essas questões. Em primeiro lugar, os processos que estão em
discussão preliminar de Pauta e que se encontram no Ordem do Dia, normalmente
devem ser manuseados sobre a Mesa, mas tem sido comum o Vereador retirar o
processo no plenário e examinà-lo, o que tem sido plenamente normal. Essa é a
orientação que tem-se adotado. Com relação ao direito de reinscrição é
plenamente assegurado regimentalmente; não existe é a cedência de tempo em
discussão preliminar de Pauta, mas nessa Sessão de discussão de pauta dois
Vereadores estão-se reinscrevendo: um já falou, que é o Ver. Jocelin Azambuja
que tinha perdido o seu tempo, mas que na ordem voltou porque chegou a ser o
quarto e permitiu-se inclusive o quinto e o Ver. Décio Schauren, que está no
momento tendo interrompida a sua manifestação em função de esclarecimentos que
se fazem necessários; é bem verdade ao bom andamento dos trabalhos agora e no
futuro. Acredito que tenho respondido às questões.
O SR. DÉCIO SCHAUREN
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, a minha Questão de Ordem é exatamente a seguinte: V.
Exa. Já explicou da Mesa o que ocorreu hoje. Isso não havia ocorrido em situações
anteriores, eu pergunto se esse fato...
O SR. PRESIDENTE: Eu perguntaria e gostaria de
saber o que é “isso”, porque ele está no lugar de algum nome?
O SR. DÉCIO SCHAUREN
(Questão de Ordem): O isso é o seguinte: haviam-se inscritos seis ou sete Vereadores; dois
não estavam presentes na hora da chamada, inclusive este Vereador. Os dois se
reinscreveram como outros desistiram e falaram, então a minha questão de ordem
é no sentido de que se “isso” passa a ser, a partir de hoje, norma porque não
havia acontecido anteriormente.
O SR. PRESIDENTE: Eu esclareço a V. Exa. que
essa tem sido a orientação normal e regular, não só neste ano legislativo, mas
como nos anos anteriores. Eu tenho para mim que essa é a pratica regular e
normal. Agora mesmo, o ex-Presidente desta Casa me acena com concordância de
que o direito da reinscrição, se encontrando no número permitido de
manifestações em pauta era regra no ano passado, outros Vereadores tem
confortado essa manifestação. Não há nem sequer necessidade de se consultar a
Comissão de Justiça ou da Auditoria, que também este é o entendimento da
Diretoria Legislativa da Casa.
O SR. AIRTO FERRONATO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, lembro bem das dificuldades que tínhamos no ano passado
e nos anteriores também, exatamente em termos dessa fase de inscrição, ela é
bastante delicada, até porque uma serie de Vereadores pretendem e querem se
manifestar em tempo de Pauta, e isso tem trazido um serie de problemas para a
Mesa, problemas que reconheço. Sei, também, que V. Exa. É zeloso no cumprimento
do Regimento. Acompanhado a movimentação de V. Exa. No ano passado, quando V.
Exa. Fazia, em media, duas a três Questões de Ordem por dia, eu vou fazer uma
neste primeiro ano. Vou, respeitosamente, fazer uma Questão de Ordem neste ano.
Acho que é importante que a Mesa decida como definir essas inscrições, até
porque eu também me dirigi para me inscrever em tempo de Pauta, estando a
Vereadora Maria do Rosário como a quinta inscrita e eu como sexto. Acho que
devem ser cinco os inscritos, ou que se amplie esse número para um número “x” e
que, a partir daí, haja substituições. Se não, o processo em que todos os
Vereadores que queiram se manifestar será dificultado. Agradeço a tolerância de
V. Exa. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Quero dizer a V. Exa. Que a
sua Questão de Ordem visa a, mais uma vez, esclarecer alguns procedimentos
neste momento do processo legislativo. Razão assiste a V. Exa., com a
experiência parlamentar que lhe é inerente, pelo seu zelo, pela condução que
teve a frente dos trabalhos desta Casa, mas esta Mesa já se pronunciou e
definiu algumas questões em relação a esse delicado momento da Sessão
Legislativa: a Mesa abre os trabalhos; depois disso, o livro é colocado à
disposição dos Vereadores. Hoje, houve, novamente, um problema de espaço em
branco, imediatamente a Mesa considerou esse espaço sem efeito para não deixar
situações duvidosas na condução dos trabalhos. A Mesa tem sido altamente
respeitosa em relação aos Vereadores inscritos, mas ela permite inscrições acima
das cinco que são permitidas pelo Regimento porque há Vereadores que não está
presente e Vereador que desiste. Então, ela permite inscrições na condição de
suplente. O que ensejou essas manifestações foi uma irresignação do Ver. José
Valdir em relação a uma questão que é patente, que é pacifica, que é a questão
do direito à reinscrição. Hoje V. Exa. Atestou isso e, inúmeras vezes, quando
V. Exa. Conduzia os trabalhos legislativos durante o tempo em que V. Exa.
Esteve a frente desta Casa, permitia-se a reinscrição. A Mesa entende que o
Ver. José Valdir está reingressando na Casa. Então, com ele, a gente, com o
carinho que deve ter em relação aos Vereadores que tornaram, tem sido um pouco
mais condescendente na explicação dos tramites legislativos aqui desta Casa. E
merece toda a nossa atenção, carinho e vai continuar sendo assim.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, como fui citado e talvez o Ver. Pedro Américo Leal não
estivesse no Plenário, vou esclarecer novamente que, inadvertidamente, estava
olhando o processo aqui ao lado, quando fui chamado ao gabinete, de repente,
fui lá, retornei à sala, entreguei o Processo, quando o funcionário foi no meu
gabinete o processo já estava aqui de volta, não foi com intuito de retirar o
processo, foi inadvertidamente. Pedi desculpas à Mesa. E não entendi porque o
Ver. Pedro Américo Leal voltou à questão, talvez porque não ouviu a explicação.
Pedi desculpas à Mesa e o faço novamente para que o Ver. Pedro Américo fique
bem tranqüilo, não tenho nenhum problema de me desculpar no momento que tomar
uma atitude que não seja adequada. Mas, não foi com intuito de prejudicar o
Ver. José Valdir. Até porque acredito que o Ver. José Valdir, pelo menos, o seu
projeto deva conhecer.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apela aos Srs.
Vereadores, as manifestações tem sido as mais cavalheirescas possíveis. O
esclarecimento do Ver. Jocelin Azambuja é uma manifestação de grandeza, quando
ele mesmo reitera que errou equivocadamente levou os outros aqui da tribuna. E
que não é uma pratica normal, reconhece.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão
de Ordem): Para
dizer que não é porque estou reassumindo. Na semana passada quis-me reinscrever
e não foi permitido. Estou contente que daqui para frente a regra vai valer
para todos. Não quero discutir os porquês, talvez foi um equivoco, mas não me
deixaram reinscrever. A partir de agora as regras vão valer para todos, estou
satisfeito. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: As regras, a Mesa vai
esclarecer, são para todos. E todos na Presidência dos trabalhos têm tido a
consideração que cada Vereador merece.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Quero aproveitar a oportunidade, não é queixa. Mas, tanto V. Exa. Ao
referir a lista dos inscritos e outros, omitiram o meu nome e eu estava
inscrito. Não ouvi ser chamado. Não vou pedir para retirar o Ver. Décio
Schauren. Quero aproveitar esta situação, pois sinto-me prejudicado,
parcialmente, e quero fazer uma solicitação a V. Exa.. que se retorne as caixas
de som ao saguão, porque o Vereador é obrigado a atender partes ou a assessoria
e é prejudicado, eventualmente, num momento de chamada, de qualquer passagem,
porque as caixas de som, que são elemento básico de auxilio ao Vereador, estão
desligadas, inexplicavelmente, no saguão. Faço um apelo a V. Exa. Para que não
ocorra mais esse tipo de situação comigo ou com qualquer outro Vereador.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recolhe a
manifestação de V. Exa. E defere, imediatamente, a religação das caixas, pois
este Vereador é testemunha da imperiosidade, de necessidade das caixas de som
no Salão de Honra.
A Mesa, tendo entendido que
todos os Vereadores acham-se plenamente esclarecidos nessa catarse coletiva,
devolve a palavra ao Ver. Décio Schauren.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não pretendo ocupar todo o tempo que me resta, apenas me inscrevi
em relação aos Projetos de nomes de rua, que estão em Segunda Sessão. São
quatro Projetos de minha autoria e que cumprem os requisitos da Lei, que
aprovam no ano retrasado, nesta Casa, que foi, inclusive, um Projeto de Lei
Complementar, de autoria deste Vereador, que fez uma compilação da Legislação
anterior, sobre denominação de logradouros e um dos artigos diz que, no caso de
a rua ou a avenida já ser habitada, no momento em que essa rua receber uma denominação,
os moradores deverão ser, democraticamente, consultados. Seja através de
reunião de associação, de assembléia ou de abaixo-assinado. O Ver. Nereu
D’Ávila cita os clandestinos, mas a Lei fala dos logradouros das vilas
irregulares, pois é nesse, que são ruas já povoadas, mas que ainda não tem uma
denominação, muitas vezes se chama rua a, rua b, rua c, nós temos, assim,
centenas nesta cidade. E também esta lei, ou esse artigo, foi um incentivo para
que a própria população escolha o nome da sua rua, para evitar problemas com o
Correio e outros setores. E eu quero dizer o seguinte: tem acontecido, tem
havido projetos onde alguns Vereadores não têm cumprido esse requisito, quer
dizer, uma rua em vila irregular, já provoca, sem vir com o abaixo-assinado, ou
com alguma forma de manifestação que diga que os moradores foram consultados.
Eu não tenho exatamente votado contra, no caso, mas sempre ligo para o Vereador
dizendo: olha, Vereador, V. Exa. Não cumpriu o requisito tal da lei tal. Eu
queria só alertar porque acho que esse é um direito básico, democrático, que a
população tem o direito de ser consultada sobre o nome da sua rua, avenida.
O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só para dizer que nós estudamos muito naquela
oportunidade o seu projeto, inclusive havia algumas emendas nossas, e foi
democratizado. Eu acho que é um pouco de violência colocar um nome
completamente desconhecido da população, já que a população é aparte no
processo. Eu só perguntaria a V. Exa. Se as ruas desses três Projetos são
irregulares ou clandestinos.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Na verdade é uma vila que se
estabeleceu em um terreno da Universidade do Rio Grande do Sul e que inclusive
já há um processo de regularização dessa área, que é uma vila antiga, inclusive
há moradores desde 1920, nessa vila. Inclusive houve uma visita do Reitor da
Universidade Federal com o Prefeito Tarso Genro a essa vila e está-se
encaminhando um processo de regularização da vila Agrovet. Mas os moradores
fizeram assembléia, fizeram abaixo-assinado, inclusive o presidente da
Associação, cumprindo o requisito da lei.
Eu quero dizer, para concluir, que no momento em que foi aprovada a lei
houve um bom debate aqui na Casa e, inclusive, permitiu-se que ruas em
Loteamento ainda não povoadas pusessem receber uma denominação sem haver uma
consulta, porque muitas vezes também é justo que o Vereador faça uma homenagem
a uma personalidade da cidade que talvez este possa não ser conhecida em alguma
vila irregular. Então, resta esse espaço dos loteamentos onde há ruas ainda não
habitadas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente, eu quero
fazer a comunicação falecimento de um companheiro do PDT, membro do Diretório
Regional, que nos deixa muito sentidos. O falecimento do companheiro Delóges
Gradasohi ocorreu agora à tarde, conterrâneo do Nereu, de Soledade, e
ex-Subchefe da Casa Civil para assuntos do interior.
O SR. PRESIDENTE (Fernando
Záchia): A
Casa registra. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de
Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero apenas fazer um registro em relação ao processo 344/96, PLE
05/96, não quero discutir aqui a questão de legalidade, não quero discutir até
a eventual questão de que passagens de pedestres, ou coisa parecida, acabam
virando deposito de lixo ou colocam em risco a segurança de morador, mas é bom
que resolvamos essas situações. O que tenho estranhado em alguns processos
desse tipo, e aqui é um lote, com nada mais nada menos do que 1.540m2,
quero estudar o processo mais detidamente, é que talvez ao longo de 20 anos,
desde o período em que se criaram as cooperativas habitacionais pré-64,
pré-Banco Nacional de Habitação, e falo porque são áreas que conheço bem, próximas
à zona onde moro, essas áreas que foram condomínios privados e tiveram reservas
de áreas verdes foram literalmente apropriadas e privatizadas e ao longo de 20
anos moradores usaram e abusaram dessas áreas sem que nenhum Prefeito desta
Cidade, nenhum secretario desta Cidade tomasse qualquer providencia e, agora,
ganham de presente a chance de comprarem as áreas, sem nenhum pagamento para
trás, Usufruíram durante mais de 20 anos de próprios públicos, que eram do
povo, não de um membro, e vem sendo premiados pela Administração Popular porque
se encaminham, agora dentro da perspectiva legal de venda a lindeiro;
encaminham a venda dessas parcelas de área verde, legalizam-se situação de
esbulho puro e simples. E, curiosamente, não dão nenhuma compensação para quem
respeitou a lei, não se trata de encaminhar a institucionalização de uma outra
área verde na mesma região, senão igual, que são 1540 metros quadrados, não se
faz nada de compensação para quem cumpriu a lei e se dá o prêmio da compra em 6
parcelas com valores praticamente irrisórios, naquela área, para quem invadiu,
para quem cercou, para quem privatizou, para quem desrespeitou a lei. Eu quero
registrar que não concordo com esses encaminhamentos e pretendo abrir uma
discussão, não de legalidade, mas de legitimidade, de justiça, quando esse
Processo chegar na Comissão de Justiça e Orçamento. Em segundo lugar, quero
registrar aqui o drama que vêm vivendo os moradores do Jardim do Salso, que
começa, quem sabe, ganhar um pequena encaminhamento por parte da SMT. Hoje,
pela manhã, tivemos uma longa reunião na SMT com a Carris, com a própria
Secretaria e se sabe, pelo menos, que as conversas com a PUC começam a dar
resultado, dependendo agora de uma agilização da Secretaria do Planejamento
Municipal que precisa definir onde localizar a chamada passarela, área da PUC,
que é outra luta que, há muitos anos, estou empenhado, pelo menos há 4 ou 5
anos acompanhando esta questão a pedido da Associação de Funcionários da PUC.
Agora, parece-me, que a PUC concorda e por que concorda? Porque teve pressão da
Prefeitura sobre aquele estacionamento absolutamente irregular que a PUC, ao
longo de anos insiste em manter e desenvolver, atrapalhando toda a via publica
nos horários de pico. Enfim, parece-me que a direção da universidade,
pressionada ou, porque ela está embargada nas suas obras, resolveu partir para
a negociação. É provável que saia esse Projeto, dependendo agora só SPM. É
evidente que teremos dois ou três meses em que moradores do Jardim do Salso,
que não têm nada a ver com a historia, vão continuar sendo prejudicados porque
ficaram sem ônibus, porque têm que descer e subir a Cristiano Fischer em lugar
onde tem calçada, onde tem super velocidade de automóveis, onde não tem
iluminação correta, onde acontecem cruzamentos perigosos em que uma pessoa de
idade, que é boa parte da população da área, tem imensa dificuldade em entender
aquela ridícula sinaleira do cruzamento da Cristiano Fischer com a Ipiranga,
com sete tempos e cruzamentos transversos que ninguém consegue definir.
De toda a maneira, com o encaminhamento dado, hoje, pela PUC, pela SMT
nós queremos ver a possibilidade do encaminhamento. A SPM começa, quem sabe, a
responder ao direito da população do Jardim do Salso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Lauro
Hagemann inscrito para uma Comunicação de Liderança.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nesta Comunicação de Liderança, quero informar à Casa que o meu
Partido Popular Socialista vai ter uma audiência amanhã com o Governador
Antônio Britto para encaminhar a S. Exa. Um pedido para que evite à Assembléia
um Projeto de Lei concedendo indenização aos remanescentes do Período da
ditadura militar que sofrem, ainda hoje seqüelas físicas e psíquicas em
decorrência dos processos que sofreram e, particularmente, das torturas a que
foram submetidos.
Esse Projeto de Lei não é nenhuma novidade, alguns Estados brasileiros
tiveram o mesmo procedimento e não implica contraposição ao processo que está
sendo desenrolado em a nível de União. É que, no caso do Rio Grande do Sul,
muitos dos que ainda estão entre nós, infelizmente, sofreram ações de tortura
no DOPS, que é um organismo estadual; então, o Estado também tem um parcela de
responsabilidade no tratamento dessas questões.
Estamos com uma audiência marcada para amanhã à tarde a fim de pedir ao
Governador Antônio Britto que remeta à Assembléia esse documento legal. Já
contamos, também, com a boa vontade da Comissão de Direitos Humanos da própria
Assembléia que, de certa forma, concomitantemente, também já se dirigiu ao
Governador para sanar um vício de origem, para que ele encaminhe esse pedido, a
fim de que o processo corresse com o mais livre trânsito possível através dos
caminhos da Assembléia Legislativa.
Era essa a Comunicação que queria fazer para que a sociedade não fosse
tomada de espanto ao receber um pedido desta natureza. Achamos o pedido justo.
Nós temos companheiros que, ainda hoje, estão sofrendo as ações nefastas
daquele período. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Projeto, ao qual se referiu o Ver. Antonio Hohlfeldt, trata do
mesmo problema que virá a esta Casa, trazido pelos moradores da Rua Comandaí
nos números 383 e 403. A situação é semelhante, pois os moradores estão lá há
mais de 20 anos; e, de uma hora para outra, a SMOV resolve retirá-los de lá. No
pronunciamento anterior, citei que, ao redor dessas casas, há uma fabrica.
Acredito que virá para a caso um projeto de lei pedindo a alienação desse
terreno.
Quero, ainda, agradecer à Secretaria Municipal de Transportes que,
nesta semana, adotou medidas que estão dando resultado no Bairro Cristal: são
as sinalizações em todas as travessas que foram pavimentadas. Estamos
observando que aquelas freadas bruscas, na madrugada, não têm mais acontecido.
Quero aproveitar também para fazer um outro registro. Apesar de ter
participado de um programa de televisão e de ter denunciado a gravidade pela
qual o Bairro Cristal está passando, em função dos assaltos, e a situação
continua a mesma. Não há alteração. Esperamos que chegue às mãos do Comandante
da Brigada Militar e pedido a indicação feito por este Vereador, solicitando que
seja feito um policiamento ostensivo, não somente à noite, mas durante o dia,
onde estão acontecendo os assaltos - 3h ou 4h da tarde - , ele sabe que a
Brigada Militar tem outras atividades e não faz o patrulhamento. Também quero
deixar registrado que ontem tivemos um audiência com os Moradores da Vila
Icaraí e a CEEE, onde existe um Processo desde 1985, quando Presidente da
Associação dos Moradores do Bairro Cristal encaminhei solicitando um extensão
de rede. Para os moradores veio a grande surpresa a de que a CEEE já tem o
Projeto pronto, só que infelizmente, não pode estender a rede, porque havia
acordo com a associação de Moradores da Vila Icaraí de que seriam removidos
três moradores, para que houvesse acesso a Vila. Isso desde 1986, inclusive
estou solicitando uma cópia, e vejam a morosidade de alguns departamentos da
Prefeitura em resolver o problema. Damos uma sugestão, e a CEEE entende ser a
melhor solução de que pode ser feita essa extensão da rede pela rua Dr. Campos
Velho nº 141. Mas a minha grande surpresa foi ontem à noite, quando visitando
esses moradores, onde me disseram que a Prefeitura - e estou fazendo um Pedido
de Informações para saber se é verdade - comprou alguns terrenos na Vila
Icaraí, onde teria o acesso à Vila Icaraí, e que está impedindo que a CEEE
entre com a iluminação pública. A alegação anterior era de que não se dava o
acesso por se tratar de uma propriedade particular. Agora, o proprietário
informou que já vendeu este terreno para a Prefeitura e que basta a Prefeitura
fazer um Projeto, considerando que seja o Beco Servidão, para que a CEEE possa,
finalmente, dar luz àquela comunidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. WILTON ARAÚJO (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, tomei conhecimento, há alguns minutos, da publicação da Lei nº
7771, que autoriza o DMAE a contratar uma operação de crédito. Essa publicação
foi feita no dia 15 de março, na última sexta-feira. Eu discordo da maneira,
porque acho que é anti-regimental, uma vez que o processo não foi cumprido até o
seu final, inclusive, porque há um pedido de renovação de votação. Então essa
renovação, no meu entendimento, não poderia ser feita.
Neste sentido, requereria ao Sr. Presidente que fosse ouvida a
Procuradoria desta Casa, concernente a esta atitude que me pareceria
anti-regimental e precipitada. É o Requerimento que eu faço à V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere o pedido e só
solicitaria a V. Exa que formalizasse o Requerimento por escrito.
Não há mais inscritos para liderança.
Havendo quórum passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 1340/94 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 83/94, de autoria do Vereador Jocelin Azambuja, que autoriza o Poder Executivo
Municipal a implantar uma pista na Av. José Loureiro da Silva, denominando-a
“Ciclovia da Integração”, e dá outras providências.
- da CUTHAB. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz:
pela manutenção do Veto Total;
- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado:
pela rejeição do Veto Total;
- da COSMAM. Relatora Vera. Clênia Maranhão:
pela rejeição do Veto Total.
Obs.:
- para a
aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - art. 77,
parágrafo 4º, da LOM;
- votação
nominal - art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- adiada a
discussão por duas Sessões.
Na apreciação do
Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aprova o Veto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação o PLL nº 83/94 - Veto Total. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra
para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós estamos encaminhando um pedido no sentido de que esta Casa
derrube o Veto imposto pelo Sr. Prefeito Municipal uma vez que este projeto de
natureza autorizativa visa a implementação de uma ciclovia que liga o Parque
Harmonia ao Parque da Redenção. Nós temos visto, diariamente, aqui em Porto
Alegre, especialmente neste trajeto que envolve esta nossa Perimetral Loureiro
da Silva, as pessoas se expondo, colocando suas vidas em risco, em perigo para
fazer esse trajeto. É um trajeto que permite a implantação da ciclovia sem
nenhum problema para o Município, uma vez que temos uma ampla avenida. Não há
dificuldade técnica. As razões que o Sr. Prefeito opôs a Veto são sem nenhum
sentido técnico-legal, a não ser aquela normal de não querer implantar
ciclovias em Porto Alegre. Nós desejamos pedir aos companheiros Vereadores que
nos ajudem a derrubar esse Veto por considerarmos importante, porque Porto
Alegre precisa ter o seu sistema de ciclovias. Já fui ao Conselho Municipal de
Transportes. O Conselho apoiou. O ex-Secretário dos Transportes, Sr. Nazareno
Afonso, também achava importante a implantação das ciclovias, mas elas estão aí
paradas. Esse trajeto que foi apresentado ligando o Parque da Harmonia à Usina
do Gasômetro e ao Parque da Redenção facilita a segurança de todos aqueles que
ocupam a bicicleta e também tem que ser uma alternativa de utilização não só
para o lazer, mas também para o transporte em Porto Alegre. Temos que
oportunizar aos cidadãos que hoje possuem bicicletas e que não têm onde
circular, porque os espaços em Porto Alegre não existem. As pessoas não podem
se deslocar para o trabalho, porque não tem uma ciclovia com segurança e aqui
na Av. Loureiro da Silva, pela largura que tem a avenida, não há nenhuma
objeção técnica nesse sentido. É viável. Consultamos técnicos, arquitetos que
buscam justamente a discussão do Plano Viário. Não há nenhum óbice a essa
questão. Por isso peço aos Srs. Vereadores o apoio no sentido de derrubarmos
esse veto para que a Cidade d Porto Alegre passe a ter ciclovias que é um
reclamo de toda a população. Precisamos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, do
Orçamento Municipal para obtermos verbas para a construção de ciclovias pois aí
estão as propostas que devem ser levadas à frente pelo Sr. Prefeito Municipal.
Contamos com o apoio dos Srs. Vereadores neste encaminhamento que fazemos para
derrubarmos esse veto e darmos condições para a população para que possa sair
do Parque da Redenção ao Parque da Harmonia com tranqüilidade, com segurança,
sem risco de vida e dando um espaço de deslocamento para os nossos ciclistas
tanto para lazer quanto para o Trabalho. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Giovani Gregol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não é a primeira vez que a Casa discute a questão das ciclovias e
também não é a primeira que esta Casa aprecia, através do voto, e, agora,
através da apreciação do Veto...
O SR. PRESIDENTE: Solicitamos aos Srs.
Vereadores que assumam as suas tribunas.
O SR. GIOVANI GREGOL: Este Vereador não está muito
inspirado hoje, não está muito disposto a tratar desse assunto. Como já dizia
um colega Vereador - creio que seja o Ver. Dilamar Machado - quando um discurso
não é bom não adianta. Não exijo que meus pares me ouçam com atenção; só exijo
o mínimo de respeito, que não fizessem reuniões paralelas e, que pelo menos, o
Vereador-autor do Projeto em tela nos ouvisse, porque consideramos que temos um
certo envolvimento com a questão.
Então, eu dizia, Ver. Jocelin, que não é a primeira vez que discutimos,
inclusive através de projetos de sua autoria, esse tema. Quero concordar com
todas aquelas manifestações que ocorrem na Cidade, quero ser mais um porta-voz,
sem paternalismos, sem exclusivismo, sem oportunismo, porque é a população
jovem, em especial, que pede que se construam ciclovias na Cidade de Porto
Alegre. Tenho votado, em geral, com o Ver. Jocelin, mas votei algumas vezes, em
projetos semelhantes a este, de dar nome a ciclovia contra o Ver. Jocelin, e
manterei a coerência, neste caso, votando contra o Veto. Entendo que, primeiro,
construir ou não uma rua, Ver. Puggina, abrir ou não um logradouro público, aí
incluída a ciclovia, onde ela será feita, qual seu trajeto, quais suas
características técnicas, largura, sinalização, o tipo de cobertura, se
asfáltica, ou se de outro tipo, isso, a LOM e a Constituição Federal são bem
claras, é uma atribuição exclusiva do Executivo Municipal. Não adianta qualquer
um de nós tentar se rebelar contra isso, porque iríamos perder sempre, até na
Justiça. Podemos até tentar.
E despretensiosamente, aliás, como sempre faço, humildemente, às vezes
apaixonadamente, quero sugerir ao Ver. Jocelin, que é um Vereador atento,
preocupado com essa questão dos transportes alternativos da Cidade, que
organizamos a população, que façamos uma grande mobilização, inclusive
interbancadas, suprapartidária - como se dizia nos bons tempos - para que o
Executivo Municipal venha a efetivar, a concretização o que o próprio Executivo
não poderia, em sã consciência, dizer que é contra, que são as ciclovias. Mas,
Porto Alegre está às portas do século XXI e, infelizmente, temos que constatar
- e constato isso com toda a responsabilidade de ser Governo e ser ecologista
do Governo - que não temos nenhuma ciclovia de fato no Município de Porto
Alegre. Mas não concordaremos com projetos que, em vez de cobrar, querem
substituir a responsabilidade do Executivo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os
encaminhamentos. Em votação o PLL nº 83/94. (Após a chamada.) APROVADO por 18 votos SIM e 12 votos NÃO. Rejeitado, portanto o Veto Total a ele aposto.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 0446/95 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 011/95, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que altera os dispositivos da Lei
nº 6002, de 02 de dezembro de 1987, com alterações introduzidas pela Lei nº
6806, de 21 de janeiro de 1991, e dá outras providências.
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela manutenção do Veto Total.
Obs.:
- para a
aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - art. 77,
parágrafo 4º, da LOM;
- votação
nominal - art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- adiada a discussão por duas Sessões.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aprova o Veto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação o PLL nº 11/95 - Veto Total. Com a palavra o Ver. Fernando Záchia para
encaminhar.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, as razões do Veto do Prefeito Municipal se baseiam, principalmente,
na inconstitucionalidade e inorganicidade do Projeto. Reconhece, o Prefeito, os
méritos do Projeto. Ora, Srs. Vereadores, é nisto que eu quero centrar o meu
raciocínio: que a função principal desta Casa legislativa é apresentar projetos
que tenham seus méritos. Evidentemente que temos que respeitar a
inconstitucionalidade ou não, mas não podemo-nos deter somente nisso. Quando
existem projetos e existem idéias, Ver. Puggina, que são dos Vereadores, mas a
iniciativa é do Executivo, nós não podemos deixar de fazê-los. Se V. Exa. o
Prefeito Municipal entende que a matéria tem mérito, se reconhece a própria
Comissão de Constituição e Justiça - esta sim tem a obrigatoriedade de dar o
parecer pela legalidade ou não do projeto - , no parecer da Comissão de
Justiça, na manutenção do Veto mas nos méritos da matéria, entendo que nós,
Vereadores, temos que nos deter nos méritos, se a matéria é de interesse da
Cidade, se é de competência do Executivo Municipal, compete a nós, Vereadores,
que apresentemos essa matéria.
Eu insisto - e não tem sido somente este projeto, já é o quarto projeto
que eu desenvolvo nesta área - no aproveitamento desses menores. Existem na
Cidade, e estão aumentando cada vez mais, estas áreas denominadas de Áreas
Azuis. O aumento desta atividade, que antes se restringia às áreas centrais de
Porto Alegre, hoje já estamos vendo nos bairros, Moinhos de Vento, Praça da
Matriz, onde estão se estendendo estes estacionamentos denominados de Área
Azul. A preocupação do Projeto é que se destine 50%, a metade dessas vagas a
serem criadas desses estacionamentos que serão implantados pela Prefeitura Municipal,
aos menores. Nas razões do Veto do Prefeito, “o projeto visa garantir um
percentual das vagas para contratação de adolescentes desassistidos somente
quando o serviço for explorado sob a forma de convênio, contrato ou permissão,
ficando evidente que o projeto não irá gerar despesas e nem onerar os cofres
públicos do município” portanto, o projeto não colide com o estabelecido art.
94, porque este serviço, desde que foi criado, está sendo explorado sob a forma
de permissão, hoje, pela Companhia CARRIS. A Companhia CARRIS é uma empresa
pública de direito privado e seus empregados são regidos pela CLT, não se
estabelecendo qualquer relação entre os contratos e a Prefeitura Municipal.
Então, insisto na derrubada do Veto. Vereadores, nós teremos a
obrigação de pensar primeiro nos méritos e depois na inconstitucionalidade ou
na iniciativa do vício de origem do Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Com
a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, que encaminha pela Bancada do PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, esta matéria já foi objeto de apreciação da Casa, que, no primeiro
turno, na primeira votação foi unânime em aprovar o Projeto de Lei,
reconhecendo a sua validade, o seu mérito e a sua importância no contexto do
cotidiano da Cidade de Porto Alegre. Agora retorna com o Veto do Sr. Prefeito,
fundamentado na inconstitucionalidade da matéria. Esse assunto desde os
primórdios, desde a origem do Projeto de Lei, a Auditoria da Casa levantava
essa circunstância e a Comissão de Justiça, com restrições deste Vereador,
agasalhava esta posição, segundo o qual a matéria era inconstitucional.
De efeito, Sr. Presidente, esse processo é altamente exemplificativo de
um contexto que a Cidade de Porto Alegre e este Legislativo têm vivenciado. Com
freqüência, nós registramos, num parecer que demos o Veto, recomendando o seu
acolhimento, mas foi rejeitado pelos nossos pares da Comissão de Justiça, com
freqüência nós somos constrangidos aqui nesta Casa ao verificar que alguns
Projetos de Lei são flagrantemente inconstitucionais e que, mesmo assim, são
aprovados e assinados pelo Sr. Prefeito, tendo em vista que, na maioria dos
casos, esses Projetos ou são dos seus aliados políticos permanentes ou alguns
eventuais ou alguns que negociam previamente essa situação. O Ver. Fernando
Záchia não partiu para esse caminho. De outro lado, eu entendo que o Vereador
em Porto Alegre está vivendo uma situação muito crítica, porque ele não pode
fazer um pedido de providências, porque, quando o faz, por mais fundamentado
que ele seja, remete-o ao Orçamento Participativo. Ele fica atrelado a, quando
tiver uma idéia positiva, conseqüente, forte, como essa do Ver. Fernando
Záchia, ele tem que transformar numa lei e deixar o Executivo habilitado a
aceitar essa idéia, consagrá-la e ficar com o projeto autorizativo que lhe
permite realizar ou não a tarefa ou, então, sepultar o seu objetivo e não ter
nenhum instrumento adequado para sobre ele se manifestar.
O Ver. Fernando Záchia propôs uma idéia boa, meritória, tanto é
meritória que o Prefeito, nas suas razões de veto, reconhece essas
circunstâncias. Mesmo assim veta, levantando a teoria da separação dos poderes,
dizendo que esse projeto de lei invade a área do Executivo. Ora, em matéria de transgressão,
de passar de uma linha para outra, o cotidiano de Porto Alegre mostra
transgressões recíprocas. Quando o Executivo se arma do Orçamento Participativo
e toma conta de nossa tarefas, nós não temos condições de vetar essa posição. O
que nos resta é analisar esses princípios puristas de constitucionalidade ou de
inconstitucionalidade à luz da realidade fático-jurídica do Município de Porto
Alegre. O Ver. Fernando Záchia, ao propor a instituição desse programa,
alimenta o Executivo Municipal com uma idéia brilhante que, se a lei viesse a
ser sancionada, ele ficaria na liberdade de executá-la ou não, no dia, na hora
e no momento que julgasse conveniente. Como vetou, está liquidando uma boa
idéia, com a preciosidade jurídica do levantamento das teses da separação dos
poderes.
Então, a responsabilidade de quem é advogado, de quem entende que nós
podemos ferir a lei, quero dizer que se existe algum pecado nesse projeto, é um
pecado venal, facilmente convertido em um fato normal, se contar com a boa
vontade do Poder Executivo. O que tem que se dito agora, aqui, é o seguinte:
nós, da Câmara Municipal, entendemos que o interesse do menor, as situações
pungentes que a nossa Cidade vive são muito maiores do que o preciosismo
jurídico. Por isso, nós, do Legislativo, queremos que esse programa seja
instituído. Se o Prefeito não o quer, que não o faça, pois essa é uma
prerrogativa sua. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a
palavra para encaminhar. Desiste. Não há mais vereadores inscritos para
encaminhar
Em, votação o PLL nº 11/95. A Mesa solicita que o Ver. Reginaldo Pujol
colha os votos em função da norma regimental de que não pode colher os votos o
autor do Projeto. (Após a chamada.) APROVADO
por 18 votos SIM, 03 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Rejeitado portanto o Veto Total a ele aposto.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 1444/95 - VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 035/95, que dispõe sobre a admissão de pessoal por tempo determinado, a fim de atender
necessidade temporárias de excepcional interesse público, consoante o que
preceitua o inciso IX do art. 37 da Constituição Federal e o inciso II do art.
17 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
manutenção do Veto Percival;
- da CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella: pela
rejeição do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann:
pela rejeição do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relator Ver. Paulo Brum: pela
manutenção do Veto Parcial.
Obs.:
- para a aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - art. 77, parágrafo 4º, da LOM;
- votação
nominal - art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- adiada a
discussão por duas Sessões.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria do
Ver. Henrique Fontana, que requer o art. 21 do PLE nº 35/95 seja votado em
destaque.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em discussão o PLE nº 35/95 - Veto Parcial. (Pausa.) Em votação. O Ver.
Artur Zanella está com a palavra para encaminhar.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Requerimento do nobre Líder do PT divide a votação em duas partes
e, segundo estudo realizado, inclusive junto ao autor das Emendas, eu digo que
a aceitação do Veto ao Parágrafo Único, do art. 1º, não altera o espírito do
Projeto e as emendas aprovadas. Então, concordamos com a aceitação do Veto
nesta questão do Parágrafo único, do art. 1º. A segunda votação, até escrevemos
esse texto, a permanência do art. 21 em seu Parágrafo Único, é importante,
porque permitirá que a Câmara Municipal debata, vote e aprove, com a celeridade
necessária, com o apoio de um corpo técnico especializado, projetos importantes
como é o caso da revisão do plano diretor. Se não houver a contratação de
especialistas em Plano Diretor, essa análise e votação será demorada, causando
prejuízos à Cidade. É evidente que na época oportuna a Câmara encaminhará a
este Plenário um Projeto de Resolução, autorizando essas contratações
temporárias por um prazo de no mínimo 120 dias prorrogáveis por mais 120 dias,
dentro do espírito do Projeto. Quer dizer, a manutenção do projeto é exatamente
para manter uma isonomia com o plano apresentado aqui pelo Sr. Prefeito
Municipal, em termos de Executivo. Mais ainda, Sr. Presidente, esta redação
aqui está exatamente de acordo com o Projeto do Executivo que fala que em casos
especiais e sazonais é possível esta contratação. E esse é o caso especial,
esta Casa vai receber aqui o Plano Diretor, os Senhores têm que se dar conta, e
todos se dão evidentemente, que encaminhado o Plano Diretor a esta Casa para
revisão, para aprovação de projetos desta Cidade, na SMOV, no Planejamento,
para compra do terreno, para vende do terreno, para elaboração de projeto, fica
toda parada a construção civil, da qual dependem milhares de empregos. Porque
ninguém vai fazer um projeto aprovado na SMOV e no Planejamento para ser
alterado pela revisão. Então, fica em compasso de espera um grande segmento da
construção civil que é extremamente importante para Porto Alegre. Então, é
importante que esta Casa aprove aquilo que for importante e desaprove o que não
for importante, mas com rapidez e com essa assistência técnica que o projeto
prevê. Nós temos técnicos excelentes nesta Casa, mas ocorre que o Plano Diretor
é um Projeto extremamente específico, uma vírgula, um verbo, pode diminuir um
andar em um prédio ou aumentar um andar. É preciso ter cautela é uma análise
muito grande no Plano Diretor.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PDT propõe a aceitação
do Veto ao Parágrafo Único do art. 1º, que já foi destacada pelo Sr. Líder do
PT, e a permanência com a derrubada do Veto do art. 21 em seu parágrafo único.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra para encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu vou ser extremamente rápido. Corroborando as palavras do Ver.
Artur Zanella, quero dizer apenas que acho que o Executivo cometeu um terrível
equívoco ao vetar esse dispositivo. E nós vamos nos defrontar aqui nesta Casa
com problemas sérios no exame da reformulação do Plano Diretor, em função das
discussões que se travaram na Cidade. E a Casa vai ter muita necessidade de
contar com técnicos capacitados e nos acompanhar nesse processo de elaboração
desta nova legislação. Eis porque já num discurso anterior eu havia me
pronunciado contra o Veto do Sr. Prefeito a esta parte do Projeto e tive a
concordância da Bancada do próprio Governo, porque se trata de um assunto de
extrema importância para esta Casa. Não quero me alongar mais e faço votos que
esta Casa vote de acordo com o que foi exposto aqui pelo Ver. Artur Zanella.
Aceitamos o veto ao parágrafo único do art. 1º e rejeitamos o veto no art. 21.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Percival Puggina está
com a palavra para encaminhar.
O SR. PERCIVAL PUGGINA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não estava nesta Casa na ocasião em que foi votada esta matéria,
mas teria dado meu voto favorável às emendas que agora estão sendo vetadas pelo
Executivo Municipal. Gostaria de registrar a minha posição de que este veto de
certa forma afeta a competência técnica com que o Poder Legislativo poderá se
debruçar sobre as matérias que lhes sejam encaminhadas. A competência legal
para estudar esses assuntos a Casa tem e independe de autorização de quem quer
que seja, mas quando se trata de um assunto técnico específico, como é o Plano
Diretor de uma Cidade, que é uma das três maiores leis de qualquer município, o
Plano Diretor precisa ser examinado e precisa ser matéria extremamente
cuidadosa porque vai afetar a qualidade de vida das pessoas e envolve assunto a
respeito do qual nós, Vereadores, exceto aqueles que tenham formação específica
nessa área, como é o meu caso, precisaremos ter uma assessoria competente para
votar de modo adequado e correto. Espanta-me a qualidade do veto que sem dúvida
colocará o Poder Legislativo em condição inferior, se acolhido o Veto do Sr.
Prefeito Municipal, para discutir um assunto que é da sua competência legal,
mas para qual precisa estar também tecnicamente capacitado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, dentro da linha que tem presidido este debate buscarei ser
objetivo. Em verdade nós estamos enfrentando um Veto que, por duas vezes, por
três vezes teve manifestação desta Casa e que aprovado na convocação
extraordinária do final do ano tinha tido consenso em vários de seus pontos.
Observo que agora também na apreciação do Veto se chega a um acordo no sentido
de se aceitar parcialmente o Veto, através de um destaque que será
providenciado, se consagrando aquilo que foi o essencial, que o objetivo maior
que moveu aqueles que buscaram introduzir o mecanismo pelo qual esta Casa fica
aparelhada para, em situações absolutamente emergenciais e, por conseguinte,
corrente com o objetivo do Projeto de Lei, se colocar em condições de fazer a
frente a essa situação, como é o caso mais expressivo que foi muito bem visado
aqui, da tribuna, pelo Ver. Lauro Hagemann, na oportunidade em que, cedo ou
tarde, nós tivermos que nos debruçar, ainda que ao meu juízo, um pouco
tardiamente, sobre a propalada atualização e adequação do Plano de
Desenvolvimento Urbano da Cidade. Nós vamos seguir aquilo que informalmente foi
consensado entre as várias Lideranças da Casa, acompanhando a posição já
externada pelo Ver. Artur Zanella no sentido de parcialmente acolhermos o Veto
dentro do expediente do Destaque, que será habilmente e tempestivamente
solicitado. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais Vereadores
inscritos para encaminhamentos.
Em votação o art. 21 do PLE nº 35/95. (Após a chamada.) APROVADO por 28 votos SIM. Rejeitado portanto o Veto a ele
aposto.
Em votação o PLE nº 35/95, em sua parte vetada, o parágrafo único do
art. 1º. (Após a chamada.) REJEITADO
por 01 votos SIM e 26 votos NÃO. Mantido portanto, o Veto Parcial a
ele aposto.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 1744/95 - VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 074/95, de autoria do Ver. Giovani Gregol, que dispõe sobre a condução de
indivíduos da espécie canina do Município de Porto Alegre, e dá outras
providências.
- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt:
pela rejeição do Veto Parcial;
- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relatora Vera. Maria do
Rosário: pela manutenção do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo
Leal: pela rejeição do Veto Parcial.
Obs.:
- para a aprovação,
maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - art. 77, parágrafo
4º, da LOM;
- votação
nominal - art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- adiada a
discussão por duas Sessões.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para discutir.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, este é o tipo de veto complicado da gente examinar, até porque o
Executivo não conseguiu definir o que estava vetando; ele dizia que vetava uma
coisa e mandou o texto de outra coisa vetada, depois, mais adiante, ele Mandou
uma mensagem retificativa de veto, que é a primeira vez, em 14 anos de Câmara
Municipal de Porto Alegre, que eu vejo acontecer. Nunca havia visto Mensagem
Retificativa de Veto. É uma figura nova que o Gabinete do Prefeito Tarso Genro
criou. O problema é que não está na Lei. Decidimos, inclusive, na CEFOR, que de
fato não existe previsão de mensagem retificativa a Veto. Portanto, não
consideramos a mensagem retificativa do Veto. Eu acho que veio através de um
cachorrinho, Ver. Fontana, aí veio muito devagar.
Mas, Sr. Presidente, independente do aspecto formal, nós estivemos
analisando na Comissão, também a questão do mérito, analisamos, de uma certa
maneira, o caput e o parágrafo do art. 3º, para tentarmos adivinhar o que se
queria de fato vetar. Pois realmente, a Exposição de Motivos das justificativas
do Veto, com o texto transcrito do Veto, não fechava nada. Entendemos que em
termos de mérito, independente desta confusão do gabinete do Prefeito, de fato,
não há motivo para o Veto, por quê? No art. 2º, o que se prevê é a interdição
do acesso a locais públicos de cães que mesmo na guia oferecem periculosidade.
O que tem lógica. Bicho perigoso nem mesmo sob responsabilidade do dono tem que
chegar perto das pessoas porque se eu considerar um grande animal, de repente,
o próprio dono pode perder o controle do bicho. Portanto, existe perigo de fato,
não tem que correr risco, tem que haver interdição. Quanto ao art. 3º: “Fica
proibido aos animais de espécie canina que mesmo atrelados à coleira transitem
em locais públicos de grande aglomeração.” É uma intervenção que proíbe
determinados espaços, especificamente, independentemente da condição do animal.
E o parágrafo único, o Executivo deve fazer o zoneamento. Parece-me que
igualmente tem uma certa lógica. Existe muito matinho, existe muito lugar para
o dono de cachorro andar com o seu respectivo cão. Não há porque, sobre tudo em
sábados e domingos, onde há aglomeração de pessoas, principalmente daqueles que
não têm condições de sair no final de semana para fora da Cidade, essa
aglomeração de pessoas ocorrida nos parques seja atrapalhada pelos cachorros que
às vezes, mesmo sem a periculosidade efetiva, não traz plaquinha no pescoço
dizendo: “Cão não morde de verdade, só finge. Não se assuste com o latido, é de
brincadeira”, sobretudo em relação a criança ou pessoas que tem ojeriza aos
animais, acaba gerando um constrangimento, medos e talvez até situações de
reação do pretenso acuado pelo cachorro de violência contra o animal. Alguém
acha que o cão vai avançar sobre ele e dá-lhe um ponta-pé ou joga-lhe uma pedra
na cabeça. O que também geraria outro problema. Eu acho que o Poder Público tem
como uma das suas funções primordiais fazer a prevenção, não há porque nós
permitirmos passeio com bichos em parques de grande movimento gerando
potencialmente situações de confronto entre o proprietário do animal e o cidadão
que eventualmente se sinta constrangido com a presença desse animal. Há muitos
outros lugares para não se falar nas conseqüências dos passeio dos bichinhos,
ou seja, os “cocozinhos” no meio do passeio e todas aquelas situações que
temos, a bicicleta para e o cachorrinho vai lá, levanta a perna e dá uma
molhada, enfim, todas aquelas situações variadas que encontramos que são
naturais do animal, mas que constrangem a pessoa que não tem nada a ver com o
bicho e se é direito de qualquer um possuir um animal, é também direito de
qualquer um não gostar de animais ou não gostar da proximidade de animais. É
nesse sentido que aproveitei o momento da Discussão porque acho que isso pode
ser uma coisa menor, mas pela quantidade de animais e pela repetição das situações
vem se tornando uma situação maior no convívio urbano e eu queria abrir a
discussão e não apenas fazer um encaminhamento. Da minha parte será um voto
pela derrubada do veto, pela manutenção do Projeto tal como se encontra porque
me parece que há tentativas de coadunar interesses contrários, de quem tem, de
quem não tem cão, de quem tem direito a ir à parque, antes de tudo, foi feito
basicamente para pessoas e não para animais. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerramos a discussão. Em
votação. Está com a palavra o Ver. Airto Ferronato para encaminhar.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não votei essa matéria no ano passado e confesso que achei
bastante confusa a redação da Exposição de Motivo do Veto. Analisando a parte
vetada e todo o contexto, acho que a matéria merece uma reflexão até porque a
matéria é importante sim. Lá em casa eu tenho um pequeno cachorrinho de dez
centímetros de altura que é das minhas crianças e pelo que se está colocando aqui
cachorrinho não pode transitar por aí, mas gato pode. Por outro lado, está se
dizendo que fica terminantemente proibido, por qualquer motivo, que animais da
espécie canina andem no Parque Marinha do Brasil, no Brique da Redenção, etc.
Quer dizer que lá na pracinha que fica ao lado da minha casa pode e no Parque
da Redenção é extremamente perigoso. Acho que essa matéria merece uma análise
mais aprofundada e é claro que se o animal é perigoso ele não deveria estar
andando pela rua. O art. 2º do Projeto diz: “Não será permitido acesso a locais
públicos de indivíduos da espécie canina que, mesmo na guia, estiverem
descontrolados.” Como é que poderemos saber se o cão está descontrolado ou não?
Mas acredito que técnicos especializados da Prefeitura tenham analisado,
em todos os detalhes, o Veto e vou acompanhar e votar pela manutenção do Veto.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero aproveitar a presença da nossa Procuradora, Dra.
Marion, e formular a seguinte Questão de Ordem: em primeiro lugar, se nesse
Processo, que já se encontra em fase de encaminhamentos, está de fato incluída
a Mensagem Retificativa do Prefeito. ao Veto.
Em segundo lugar, e em caso positivo, gostaria de obter uma posição
formal da Procuradoria da Casa se existe a figura da Mensagem Retificativa a
Veto.
O SR. PRESIDENTE (Fernando
Záchia):
Enquanto aguardamos a resposta, damos continuidade aos encaminhamentos. O Ver.
Giovani Gregol está com a palavra.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, como Vereador-autor devo dizer alguma coisa, até porque surgiram
dúvidas.
Quero deixar duas coisas bem claras aqui. Do ponto de vista do autor do
Projeto, não há grande diferença, o Projeto não muda - estava dizendo isso ao
Ver. Percival Puggina, que conversava comigo, não muda a lei, no meu modesto
entender, substancialmente pela manutenção ao não deste único artigo; que é
importante, foi apresentado, não estava no corpo do substitutivo que essa lei
sofreu uma série de críticas e aperfeiçoamentos através dos tempos, foi uma
Emenda apresentada pelo digníssimo Ver. Nereu D’Ávila, e que foi aprovada.
Então, a lei não muda substancialmente, quer com a inclusão ou com a exclusão.
Segundo, na época, essa Emenda, Ver. Pedro Ruas, foi aprovada, apresentada pelo
Líder de sua Bancada, pela maioria dos Vereadores presentes na Casa, inclusive
da minha Bancada e o Prefeito veio a vetar. Alguém perguntará: “e quanto à
questão do mérito?” Penso eu como autor e autores, faço questão de ressaltar,
essa lei foi elaborada a “n” mãos, nem 4 nem 6, ela foi elaborada junto com as
entidades protetora dos animais, junto com os clubes de criação, com os
criadores, junto com os adestradores, porque apesar de ser uma lei objetiva
antes e, sobretudo, a defesa e proteção do ser humano, principalmente das
crianças, que têm tido maiores problemas, e sérios e reiterados em Porto
Alegre, com ataques de cães de todo o tipo, principalmente de cães de grande
porte, alguns deles treinados para segurança, alguns treinados para matar,
entre aspas, e alguns literalmente para matar, apesar disso, viram, essas
entidades, uma grande vantagem para os animais, porque o cão maior mata o
menor, há uma briga, um foge, é atropelado, enfim, o cão fica extremamente
estressado, pelo seu próprio dono, pelos que circundam devido à situação de
insegurança, Ver. Luiz Braz, que vige ainda, apesar da lei já estar em vigor.
Estou sendo, aqui, absolutamente franco, quanto ao mérito, entendo que o Sr.
Prefeito tem a sua razão, principalmente do ponto de vista da viabilidade, a
intenção do Ver. Nereu D’Ávila é das melhores, por isso levou o meu voto, mas
do ponto de vista da aplicabilidade, como é que vamos fiscalizar e como é que
poderemos aplicar esse dispositivo? A dificuldade é imensa. Vejam bem, no
Brique da Redenção, uma pessoa que está passeando com se cão nas imediações, ou
dentro do parque, e mora ao lado de lá do Brique, não quer fazer a volta, quer
atravessar para ter acesso a uma rua no bairro Menino Deus ou Santana. Segundo
a letra fria da lei, ele poderá quando estiver no Brique ser multado. E a multa
é alta. O artigo do Ver. Nereu em vigor e vetado pelo Sr. Prefeito diz que os
cães de grande porte não poderão, em nenhuma hipótese, controlados ou não,
transitar naqueles logradouros listados na lei. Cito: Parque Marinha, Parque
Farroupilha e assim por diante. Chamo a atenção do Ver. Airto Ferronato, que
perguntava sobre o outro artigo. Esse artigo é de minha autoria, estava na lei
original; ele não cita o local não lista, ele é genérico, como manda a boa lei.
Diz que aquele cão descontrolado, esse não pode sair à rua em nenhum lugar da
Cidade. O dono que fique com ele confinado na sua casa. Há uma diferença entre
esse artigo, que é genérico, e o do Ver. Nereu D’Ávila, que estabelece locais
na Cidade onde nenhum cachorro, em qualquer condição, seja mordedor, seja
obediente, poderá passear. É muito difícil aplicar isso. Peço que cada um vote
com a sua consciência. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Encerrados
os encaminhamentos. Em votação o PLL nº 74/95 - Veto Parcial. (Após a chamada.)
REJEITADO por 09 votos SIM e 15 votos NÃO. Mantido o Veto a ele aposto.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de ordem): Sr. Presidente, eu não ouvi quando a Mesa respondeu a Questão de Ordem
levantada por mim, que se constituiu em duas partes: a primeira, indagava o
fato se era uma mensagem retificativa o documento enviado pelo Sr. Prefeito e,
em segundo lugar, se essa figura jurídica ou administrativa existe em relação
aos documentos que o Executivo envia à Casa. Informou-me V. Exa., extra
oficialmente, que a Auditoria interpretou isso apenas como um ofício e,
portanto, considera que não seria de fato uma mensagem retificativa. Quero
dizer respeitosamente a V. Exa. que discordo da interpretação da Procuradoria e
sem caráter de suspensão ou qualquer coisa parecida, mas para prevenir futuras
situações, a não ser que a Mesa tenha um outro acréscimo de esclarecimento, eu
recorreria dessa interpretação da Procuradoria à Comissão de Justiça da Casa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe o recurso do
Ver. Antonio Hohlfeldt à sua decisão e remete a matéria à apreciação da
Comissão de Justiça, recebendo a matéria apenas como efeito devolutivo e não
com defeito suspensivo. Ainda esclarece com a assessoria da Douta Diretoria
Legislativa, ele lembra o Parágrafo Único do art. 100 que estabelece, à
mensagem retificativa, aplicam-se os dispositivos relativos às emendas. O art.
100 conceitua o que seja mensagem retificativa. O Prefeito poderá encaminhar
até o encerramento da discussão geral, mensagem retificativa à proposições de
sua iniciativa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de ordem): É a primeira vez em quatorze anos, nesta Casa, o mesmo V. Exa tem
aqui, que eu vejo uma mensagem retificativa a um veto.
O SR. PRESIDENTE: Eu só lamento não ter o
tempo de V. Exa, porque eu em 1982, quando V. Exa. se elegeu, apenas consegui
uma segunda suplência. Mas, quando o Prefeito Alceu Collares assumiu a
prefeitura, eu para cá compareci, vindo para esta Casa em janeiro de 1986, o
que faz com que eu tenha dez anos de exercício de mandato, menos seis meses do
retorno de Secretário.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de ordem): Certamente V. Exa. também não encontrou mensagem retificativa.
O SR. PRESIDENTE: Não encontrei. Mas como eu
não vi tudo na minha vida, ainda, eu estou preparado para tudo.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 2132/95 - VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 51/95, que estima a Receita e fixa a Despesa da Administração Direta do
Município para o exercício econômico-financeiro de 1996.
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
rejeição do Veto aos artigos 7º e 8º e pela manutenção do veto à Emenda nº 04.
Obs.:
- para a
aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - art. 77,
parágrafo 4º, da LOM;
- votação
nominal - art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- adiada a discussão por duas Sessões.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, muito foi falado neste Plenário da incompetência da assessoria do
Sr. Prefeito Municipal. Mas, neste processo, eu acredito que essa assessoria
chegou ao seu limite, da incompetência. Se V. Exas. lerem o processo, V. Exas
vão ver que o Prefeito Municipal veta uma emenda. Quero dizer , Sr. Presidente,
que estou nesta Casa o mesmo tempo que o Ver. Antonio Hohlfeldt - 14 anos - e
sou conhecedor do Regimento da Casa e da Lei Orgânica do Município. Não conheço
e não posso aceitar um veto a uma emenda. O que se poderia fazer, Ver. Elói
Guimarães, Ver. Milton Zuanazzi, seria vetar o texto que foi incorporado ao
anexo, porque a emenda nº 04 incorpora um texto ao Anexo. Então, poderíamos
vetar o Texto que foi incorporado, através da aprovação da Emenda, ao Anexo,
mas, no momento em que o Sr. Prefeito vetou a Emenda, ele não vetou nada. Nós,
da CEFOR, resolvemos dar uma explicação, não com relação a forma do Veto, mas
dizendo que aceitaríamos o Veto, pois não pode haver um processo aqui nesta
Casa criando uma atividade. Se criarmos uma atividade nesta Casa, e não houver
veto por parte do Sr. Prefeito Municipal, subentende-se que houve uma sanção,
e, se houve uma sanção por parte do Sr. Prefeito Municipal, isso quer dizer que
a vontade do Vereador, a vontade de Legislador, a vontade desta Casa foi
consubstanciada pela sanção. Esta Casa não pode, de forma alguma, votar o Veto
à Emenda nº 04, porque ele não existe. Se esta Casa votar esta matéria, estará
cometendo um erro extremamente grave. Isso é pior do que a Mensagem
Retificativa. Sempre elogiei as pessoas que estavam dentro do PT nas suas mais
diversas áreas, mas essa assessoria do Sr. Prefeito Municipal tem enviado, para
esta Casa, algumas baboseiras. Isso nos faz duvidar da qualidade, não de todos,
pelo menos, de quem escreveu as razões deste Veto, ou de quem orientou o
Prefeito no sentido de vetar uma emenda. São baboseiras que não podem chegar a
esta Casa do modo como chegaram. A outra, já que é um Veto ao art. 7º e ao art.
8º, este veto, sim, está correto quanto a sua forma. Quanto ao mérito está
errado. Porque o Prefeito diz da inconstitucionalidade, por vício de
iniciativa. Ora, Srs. Vereadores, o art. 56 da LOM diz que cabe a esta Casa
legislar com a sanção do Sr. Prefeito Municipal esta, essa e aquela matéria.
Ele poderia, na verdade vetar pelo mérito ou pelo interesse público. Agora,
jamais vetar por inconstitucional, porque o art. 56 dá competência para que
esta Casa legisle sobre esta matéria. E o que estamos votando, Ver. Elói
Guimarães, é a vontade do Sr. Prefeito quando vetou. E ele diz nas razões do
veto que antes os artigos têm mérito e ele veta por inconstitucional.
Então, ele
não está vetando. Ou ele foi mal orientado quando colocou este Veto.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja cede
seu tempo à V. Exa.
O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço ao Ver. Jocelin
Azambuja. Não pretendo prolongar as discussões. Apenas apelaria a Presidência
da Casa que chamasse a Auditoria ou a Procuradoria, a fim de que não cometa o
erro de colocar em votação o veto a emenda. Pediria que fosse tomada esta
providência para que não viéssemos a cometer uma falha bastante grande desta
Casa nesta tarde, Ver. Reginaldo Pujol, que tenho certeza absoluta que também
já havia notado esta mesma falha neste processo.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo
Pujol): Ver
Luiz Braz, nós suspenderemos o seu tempo para solicitar ao. Sr. Diretor
Legislativo que compareça à Mesa para que examinemos essa sua solicitação.
O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço, Sr. Presidente.
Espero que possamos também derrubar esse Veto em relação aos art. 7º e 8º,
porque, pelas razões escritas aqui no processo, acredito que houve uma má
orientação ao Sr. Prefeito Municipal, quando ele vetou, porque se formos ver
nas razões do Veto, diz: “esses dispositivos são Emendas desse Legislativo,
também meritórios.”, diz o Sr. Prefeito Municipal: “mas estão eivadas do vício
insanável da inconstitucionalidade” . Ora, se não são meritórias, na verdade,
elas não mereciam o veto, porque é da competência desta Casa. Se é da
competência deste Legislativo e se são emendas meritórias, porque, então, elas
devem ser vetadas? Não caberiam também, aqui, os vetos aos art. 7º e 8º, o que
vem a prejudicar a Câmara Municipal. Com esses vetos aos art. 7º e 8º vem se
cometer uma nova injustiça contra a Câmara Municipal e vem apequenar esse Poder
frente ao Executivo, e nós, Legisladores, que devemos defender o Poder
Legislativo, temos a obrigação moral de derrubar esse veto ou então, se não
derrubarmos esse Veto, estaremo-nos curvando diante do Poder Executivo como um
Poder único, que existe dentro do Município. Eu acho que seria extremamente
vergonhoso para esta Casa proceder dessa forma. Não é uma questão de oposição;
é uma questão de representação desta Casa. É a questão de fazer com que este
Poder realmente possa dizer que ele existe e que ele está no Município para
poder contrabalançar com outro poder existente, para formação da democracia,
que todos nós queremos.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu acompanho atento o
raciocínio de V. Exa. na análise das incongruências das razões do Veto, eu
indagaria a V. Exa. se, do ponto de vista da utilidade, se a conclusão atende
aos interesses.
O SR. LUIZ BRAZ: Com relação a Emenda nº 04,
porque não se veta emenda. Ora, não vetando emenda, ele veta o texto que foi
aprovado, no momento em que veta a Emenda que estava consubstanciada no texto,
ele veta o texto.
Então, nós não podemos votar um Veto que foi uma parte da tramitação do
processo na Casa.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta Casa não pode, de forma alguma,
aceitar esse Veto, seria ridículo para este Legislativo aceitar o Veto aposto
pelo Sr. Prefeito Municipal; da forma em que está, está equivocado. Seria
ridículo para este legislativo concordar com a assessoria do Sr. Prefeito Municipal.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que,
atendendo a solicitação do Ver. Luiz Braz, consultou a Auditoria, que entendeu
que a Câmara está discutindo as razões do Veto e, para tal, tem o seu livre
arbítrio de aceitar ou não solicitar. Emitir parecer sobre a possibilidade
aventada pelo Ver. Luiz Braz de que a Câmara não conhecesse o Veto, pura e
simplesmente não há uma forma regimental de assim proceder. Nessas condições,
se o Ver. Luiz Braz e a maioria da Casa entender que o Veto está equivocado, e
não estamos prejudicando, porque estamos presidindo os trabalhos, deve proceder
conforme estabelece o Regimento votando pela derrubada do Veto.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, se houvesse algum Veto ao Texto que foi aprovado por esta Câmara,
nós teríamos, por obrigação, que votar assim, mas acontece que o Veto não foi
ao texto aprovado por esta Casa. Nós não podemos votar um Veto que foi uma
emenda que fez parte da tramitação do Processo nesta Casa. Não existe isso, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, com toda a
atenção e o carinho que V. Exa. me merece, eu diria que V. Exa. não formulou
uma Questão de Ordem. Continua argumentando na linha brilhante que o fez da
tribuna. Ocorre que a Mesa já se orientou com a Diretoria Legislativa e
esclarece que se trata de um juízo do qual não antecipamos se participamos ou
não, mas que a Lei Orgânica dá essa competência ao Sr. Prefeito e, se ele ao
fazer um Veto procede de forma equivocada, terá esta Casa a possibilidade de
acolher ou não esse Veto. É a possibilidade regimental.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem):
Vereador Presidente, o Veto, por isso que é uma Questão de Ordem, é exatamente
uma contrariedade do Poder Executivo com alguma matéria que foi votada pelo
Poder Legislativo. Este é o Veto, ou no total da matéria ou no que é parcial à
matéria, mas o veto é sobre uma matéria específica. Nesse caso, Sr. Presidente,
o Veto mandado pelo Sr. Prefeito Municipal se refere ao processo que tramitou aqui
nesta Casa. Não se refere ao processo que tramitou aqui nesta Casa. Não se
refere a matéria que foi aprovada por esta Casa.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, eu peço que V.
Exa. colabore com a Mesa, porque V. Exa. continua desenvolvendo o seu brilhante
argumento que muito provavelmente até sensibiliza esta Presidência, mas não
formulou uma Questão de Ordem. O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vou ser bastante breve, até pelo adiantado da hora. Agora, não se
poderia deixar de subir à tribuna neste momento, também para dizer que este
Veto é uma das coisas importantes de analisar e que merece o reflexo todo
especial. Se fosse um governo de estado que procedesse assim num veto desta natureza,
ah! se fosse o Governo do Estado. Diz o Sr. Prefeito, que nós estamos criando
despesas, não é verdade. Através de uma Emenda da Vera. Clênia Maranhão, nós
estamos levando recursos, 10 mil reais, para proteção e defesa do consumidor
que, aliás, consta da LDO, perfeitamente orgânica. Quantas e quantas emendas
desse tipo a Vera. Maria do Rosário já fez transferindo verbas deste período
que aqui está e eu, como Relator, fui favorável. Para que se tome conhecimento,
se tirar 10 mil reais de publicidade e se colocar na defesa do consumidor, isto
não pode, porque cria despesa. Não se cria despesa nenhuma. Ah, se fossemos
nós! Outros partidos do governo o que se faria? Eu acompanho na íntegra a
posição do Ver. Luiz Braz neste aspecto. Não é inconstitucional, não se está
criando despesa, não houve erro de forma, não houve erro de mérito, merece
manter este artigo. Com relação aos art. 7º e 8º, eu tenho dito há muito tempo
e vou dizer rapidamente o seguinte: a Câmara Municipal se tem cinco reais,
verba e não dinheiro, orçamento, verba de compra de material e três reais,
pagamento de pessoal para tirar dois reais, ter verba de pessoal, de material e
colocar dois reais na verba de pessoal, precisa do amém do Sr. Prefeito
Municipal. Isto, na verdade, o Brasil inteiro faz assim. Agora, eu quero que
alguém me diga onde está escrito isso. Me respondam os sábios: na Constituição.
Eu quero saber qual é o artigo que diz que o Presidente da Câmara com sua Mesa,
Ver. Clovis Ilgenfritz, não pode alterar verbas de orçamento, precisa de uma
iniciativa do Sr. Prefeito. Vem para a Câmara e é claro que a Câmara vai votar
favorável. Se é a Câmara que aprova esses projetos através de leis, pois a
Câmara pode ter essa possibilidade. Se inovou o ano passado, no art. 7º,
dizendo da viabilidade de automática suplementação de verbas no Legislativo.
Acho que também é importante que Porto Alegre institucionalize isso para que
depois o próprio Tribunal de Contas dê um parecer definitivo. Se há lei
aprovada de que 4% das verbas é para a Câmara, se aumentar 10% no Executivo,
pode aumentar, automaticamente, 4% aqui, desses 10%. Acho que é possível se
fazer isso e seria uma inovação à nível nacional, porque nem o Tribunal de
Contas, até hoje, me respondeu onde está escrito que é proibido que o Sr.
Presidente da Câmara, através da sua Mesa, tire 50 reais da verba de material e
coloque 50 reais na verba de, por exemplo, serviços de terceiros. Aliás, isso
foi o que gerou aquela confusão que enfrentamos, o ano passado, como
servidores. Aos servidores inteligentes que nos compreenderam, um abraço;
àqueles qual não nos entenderam, que vão estudar um pouco de administração,
orçamento público, porque é diferente ter dinheiro e muito diferente nós termos
recursos orçamentários, porque, às vezes, temos muito dinheiro e não podemos
atender às muitas reivindicações justas, até para comprar um grampeador não
havia recursos.
O SR. LUIZ BRAZ
(Requerimento): Peço desculpas ao orador da tribuna, mas até para ajudar a seqüência do
discurso do orador. Nós solicitamos, diante de uma dúvida que eu acredito que
existe nesta Casa, que nós, antes de votar esse veto, possamos ouvir a Comissão
de Justiça. É um Requerimento que faço à V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe o
Requerimento de V. Exa. e, antes de encerrar a discussão e o encaminhamento, a
Mesa enfrentará o Requerimento formulado por V. Exa.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de
Ordem): A
Comissão de Justiça já foi ouvida, tem parecer aqui no Processo.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a contradita
do Requerimento do Ver. Luiz Braz e, da mesma forma, informamos que, ao decidir
sobre a matéria, levaremos em conta a contradita do Ver. João Verle.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Eu me somo aos demais Vereadores para lembrar, em contradição ao Ver.
João Verle, que a Comissão de Justiça não se manifestou sobre a Questão de
Ordem específica, levantada pelo Ver. Luiz Braz, no que se refere a não
existir, no Regimento ou na Lei Orgânica, a figura do Veto à Emenda.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recolhe todos os
pronunciamentos dos Srs. Vereadores, mantenho a palavra ao Ver. Airto Ferronato
e transfiro a Presidência dos Trabalhos ao Ver. Isaac Ainhorn, informando-lhe
que, em nome da Mesa, me comprometi em, antes de concluir a votação, enfrentar
essa Questão de Ordem.
O SR. AIRTO FERRONATO: Apenas para concluir,
gostaria de dizer que a Comissão de Justiça discutiu sucintamente esse tema e
relativamente a essa Emenda. Eu, por exemplo, votei favorável ao Parecer, até
para que viesse o Processo ao Plenário, mas não votei o mérito.
Agora, se fosse o Governo do Estado, ou se fosse naquelas épocas em que
o PT não tinha compromisso com município algum, aliás, eles cresceram
criticando a todos, hoje, fazem igual, ou muito pior, dizendo que não há
possibilidade de retirar recursos da publicidade para se colocar a disposição
da defesa do consumidor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): A
Vera. Clênia Maranhão está com a palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vou retomar uma discussão que, ao longo dos três últimos anos,
tenho feito cada vez que se discute os vetos do orçamento e cada vez que se
discute o Orçamento. Essa discussão se dá exatamente no momento em que a
sociedade brasileira discute os direitos do consumidor, tenho em vista o dia 15
de março ser o Dia Mundial de Defesa do Consumidor. Essa discussão está,
portanto, sempre no centro das discussões da sociedade. A Emenda nº 04 nada
mais determina do que os recursos para proteção e defesa do consumidor no valor
de 10 mil reais - uma miséria disse o Ver. Antonio Hohlfeldt - , pois é, essa
quantia seria para dar início à aplicação concreta do sistema municipal de
defesa do consumidor que, infelizmente, não existe em Porto Alegre, e poder
garantir a implantação do Fundo de Defesa do Consumidor, legislação já aprova
nesta Casa e que ainda não está em vigor nesta Cidade. O que causa grande
espanto, porque, inclusive, no interior do Estado vários municípios já
implantaram os seus fundos de Defesa do Consumidor, garantindo que os
municípios possam assim usufruir da arrecadação das multas em defesa dos
cidadãos dos municípios. Então, a modestíssima emenda visa a dar cumprimento ao
contido na Lei Orgânica do Município, desde 1995 dispões sobre as diretrizes
Orçamentárias que garante, enquanto prioridade fixada, as ações sistemáticas de
defesa do consumidor. As razões do Veto de inconstitucionalidade e de que a
competência da defesa do consumidor é uma competência exclusiva da União e do
Estado é um argumento que não pode mais ser repetido pelo Executivo Municipal
de Porto Alegre. Porque nós apenas pegamos as Legislações Estadual, Federal e
Municipal e demonstramos a inveracidade dessa afirmativa. Para vetar o Governo
Municipal lembrou que não é uma legislação municipal. Queria apenas colocar que
a constituição Federal e a Lei Orgânica deixam clara a responsabilidade em
todas as instâncias na defesa do consumidor. A Lei Orgânica, art. 5º, determina
que o Município proverá ações sistemáticas de proteção de defesa do consumidor,
mediante a programas específicos. O art. 155, da Lei Orgânica determina que a
política econômica de consumo atenderá especificamente os princípios ali
apontados, dentre os quais o pertinente e constante nos incisos II e III: “O
favorecimento dos meios que possibilite ao consumidor o exercício do direito à
informação, a escolha e a defesa dos direitos econômicos, a prestação e o
atendimento e orientação através dos órgãos de execução especializado”. A LDO
prevê essas prioridades fixadas para 1996. Então, essa alegação de que não há
competência no Município, em relação à defesa do consumidor, esta, realmente,
completamente contrária aquilo que o cidadão deste País garantiu através da
cidadania, de sua mobilização, desde a última Constituição Brasileira.
Diante dessa omissão que o Município de Porto Alegre tem insistido em
fazer, em criar os mecanismos legais que assegurem esse direito, nós fizemos
toda essa discussão aqui na Casa e aprovamos essas duas leis, que inclusive
ainda não estão em funcionamento, e para que entrem em funcionamento é preciso
que se destina a elas algum recurso para poder garantir as ações educativas e
as propagandas iniciais desse conselho.
Então, na verdade, o Município deve cumprir a Lei Orgânica, cumprir a
Constituição Federal e garantir a vontade da População de Porto Alegre que é de
ver os seus direitos de consumidores garantidos. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, de acordo com o art. 77, parágrafo 2], da LOM, o Veto
do Executivo pode incidir sobre inciso, parágrafo e alínea. O texto da Lei não
menciona, em momento algum, o Veto sobre a emenda. O Prefeito, no entanto,
expressa, no seu documento, um Veto sobre emenda. A Questão de Ordem que
estamos levantando é exatamente que isso não existe. Pedimos, tanto o Ver. Luiz
Braz, quanto eu, na condição de membros da Comissão de Finanças, a audiência da
Comissão de Justiça, com suspensão da votação, sem retirada da Ordem do Dia,
evidentemente, porque a Comissão teria tempo até sexta-feira, de examinar a
questão, para definir com clareza se à luz da Lei Orgânica cabe o Veto à Emenda
como está expresso. E não é somente neste Processo, há outros vetos, como está
expresso neste Processo do Sr. Prefeito Municipal.
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência defere a
consulta, por meio de requerimento formulado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, e,
como não pode passar para a matéria seguinte por se tratar de veto, suspende a
Sessão.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, ainda temos mais um Veto.
O SR. PRESIDENTE: Os dois Vetos apresentam o
mesmo problema. Esta Presidência suspende a Sessão para ouvir a Comissão de
Justiça.
(Os trabalhos são suspensos às 18h13min.)
O SR. PRESIDENTE (às
18h18min): Estão
reabertos os trabalhos. Constato a presença dos Vereadores João Verle, Airto
Ferronato, José Valdir, Guilherme Barbosa, Reginaldo Pujol, Antonio Hohlfeldt,
Giovani Gregol e Henrique Fontana e deste Vereador. Não há quórum. Na próxima
Sessão da sexta-feira, evidentemente, já teremos uma deliberação da CCJ ao
questionamento formulado em Questão de Ordem pelo Ver. Antonio Hohlfeldt. Estão
encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 18h19min.)
* * * * *